⚡ Capítulo 78- Os caminhos se separam⚡

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Pov's S/n



"Boa sorte, Ced, estarei torcendo por você"

"Pare com isso, parece até que estamos nos despedindo, não é como se eu fosse morrer"

Relembrava de nossos últimos momentos juntos, enquanto eu estava ajoelhada sobre seu corpo sem vida no gramado. Lágrimas rolavam sobre meu maxilar sem parar, parecia que todo o ar do mundo havia sido consumido junto com a felicidade.

Seus olhos estavam abertos, parecia estar assustado.

"É O MEU GAROTO!" Escutava Amos gritar.

Eu não conseguia me mexer, nem falar, apenas chorar. E eu odeio chorar na frente de outras pessoas. Ao meu lado, Harry dizia algo a Dumbledore, que não consegui escutar, parecia que tinha um zumbido em meus ouvidos.

Braços agarraram-me para me afastar do corpo morto à minha frente, também não consegui identificar quem era, minha visão estava borrada e turva, não lembro da última vez em que chorei em público. Logo alguém me abraça, mas não queria qualquer abraço, queria o abraço dele, do lufano que conheci após uma partida de quadribol, do garoto que me dava apelidos, do meu meio-irmão que me fazia sorrir, do Cedric Diggory.

- Vai ficar tudo bem, S/a - dizia uma voz feminina enquanto me abraçava. - Vamos para dentro, você precisa descansar.

- Não quero descansar, quero meu amigo de volta - dizia entre lágrimas.

- S/a, S/a, olhe para mim - a pessoa pedia, enquanto segurava meu rosto. - Você é uma das pessoas mais fortes que eu já conheci, lembra do segundo ano? Tudo que passou? Você é forte, vamos resolver isso juntas.

Mas não tem como trazer alguém de volta à vida.

Não lembro e nem sei como, mas já estava deitada em minha cama, no meu dormitório. Provavelmente foi Hermione quem cuidou de mim. Mas não consigo tirar a imagem de Cedric deitado naquela grama, morto por uma merda de jogo, talvez se eu o tivesse impedido de colocar seu nome naquele cálice... talvez nada disso teria acontecido.

Minha mente parecia não ter parado de trabalhar à noite, mesmo sabendo que o cérebro não descansa, ele parecia estar consumindo o dobro durante essa noite, pois no dia seguinte eu continuava igualmente cansada. Não queria levantar, não queria ter aula.

Também sonhei com Tom Riddle, não foi algo muito específico, no começo pareciam flashbacks do que acontecera comigo no segundo ano, mas depois houve cenas em que não lembro de ter vivido. Foi rápido, mas lembro-me de um grupo de pessoas com capuz preto ao redor de um ser, depois algo se dava forma, e por fim aquela voz soou, aquela  que mais me atormenta. Ela dizia algo, mas por incrível que pareça simplesmente não consigo lembrar, talvez os acontecimentos da noite anterior estejam me atormentando excessivamente. Queria que só tivesse sido um sonho.

Naquela manhã, fiquei surpresa por Hermione não insistir que eu me levantasse, apenas me alertou que iria visitar Harry na ala hospitalar, e grande parte de mim também queria ir, mas parecia que minha pernas não se moviam, meus pensamentos paralisaram meu corpo.

Devia ter passado duas ou três horas desde que acordei, senti dor de cabeça mas não fiz nada a respeito, porém a dor foi tornando insuportável com o tempo. Pensei que sentindo dor física diminuiria a dor psicóloga, mas as duas reinavam em meu corpo.

Me pergunto como... como alguém que conheci ano passado se tornara tão especial assim, permiti meu coração a amar e confiar, quando de repente essa pessoa vai embora e sei que ela nunca mais voltará. Por que dói tanto?

𝙍𝙐𝙉𝘼𝙒𝘼𝙔 | 𝐻𝑎𝑟𝑟𝑦 𝑃𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟Onde histórias criam vida. Descubra agora