S/n pov's
Seus dentes podres já eram característicos da mulher, mas seus cabelos mal cuidados e pele pálida refletiam sua loucura interior. A insanidade de Bellatrix Lestrange canalizava por suas veias e isso parecia fazer efeito em mim, a mais nova presa da mulher, vulnerável logo à frente.
Eu tinha certeza que sua mente era aguçada o suficiente para encenar minha ruína. Seria egocêntrico demais pensar que ela me imaginava sendo destruída por suas próprias mãos? Pois eu mesma via o reflexo de assassinato através de seus olhos escuros e insanos.
- Vamos manter a disciplina nessa casa - disse minha mãe, dando um passo à frente. Provavelmente ela notou o olhar da irmã fixo no meu. Não era difícil de deixar isso passar. - Não quero vocês brigando sem motivo.
- Ninguém aqui está brigando sem motivos, Cissa - a voz maníaca de Lestrange ecoou no hall de entrada. Ela continuava encarando-me. - Não sabia que traria traidores para o novo lar do Lord das Trevas.
- Ele está aqui? - perguntei, tentando manter a voz equilibrada.
- A curiosidade matou o gato, traidora - um sorriso louco alargou-se pelo rosto de Bellatrix. - Você quer ter o mesmo fim do Black?
Toda a ira trancada dentro de mim pareceu desbloquear. Eu não vi mais nada ao meu redor, com exceção da mulher à frente. Não sei o que me deu, mas minhas pernas mexeram-se no comando de meus pensamentos intrusivos. Talvez eu estivesse tão louca quanto Bellatrix. Quando me dei conta, estava pulando em cima da mulher. Entretanto, antes mesmo de tocá-la, fui arremessada por magia ao outro lado da sala.
- Bebezinha Malfoy, tão frágil e explosiva quanto o Potter - ela disse, afinando a voz como se falasse com um bebê. - Mas agora nem ele pode te salvar, tolinha.
Me levantei no mesmo momento, beirando a insanidade e apenas querendo bater nela. Novamente um feitiço estuporante me atingiu. Bellatrix riu.
- Bella, controle-se - intrometeu-se Narcisa. - Não queremos desavenças.
- Diga isso para a sua filha, Cissa. Ela é a descontrolada aqui.
Agarrei a varinha, mas Levesque, o comensal com cavanhaque ridículo, lançou-me um expelliarmus. Lá no fundo agradeci pelo seu feito. Afinal, poderia ser expulsa de Hogwarts se usasse magia, e isso não estava nos meus planos.
Eu estava ajoelhada, queria puxar meus próprios cabelos e fundir-se ao chão. Queria sumir. Eu não parecia mais dona de meu próprio corpo.
Narcisa e Draco se aproximaram.
- Venham. Vamos subir. Vocês precisam descansar.
Minha mãe nos conduziu às escadas, eu ainda encarava Bellatrix, a qual sorria e acenava, como se dissesse te vejo em breve. Draco não abriu um pio, estava pálido e nervoso. Eu, por outro lado, tremia, mas não por frio, talvez por raiva ou medo.
Abri a porta do meu quarto. Tudo continuava como eu havia deixado da última vez.
- Não vá atrás de encrenca, S/n - Narcisa disse, colocando a mão em meu ombro. - As coisas não são mais as mesmas.
- Eu não vou atrás de encrenca. Normalmente, ela vem até mim.
Narcisa suspirou e deixou-me só.
Fechei a porta do meu quarto e encostei minhas costas nela. Senti meus olhos arderem e minhas pernas tremerem. Deixei-me cair no chão. Queria chorar, me esparramar, gritar e bater em tudo que visse pela frente. Me imaginei escancarando a porta e correndo atrás de Bellatrix. Talvez socasse sua cara até deformá-la, mas o que queria de verdade era torturá-la com magia, assim como seu rosto me torturava internamente sem piedade.
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𝙍𝙐𝙉𝘼𝙒𝘼𝙔 | 𝐻𝑎𝑟𝑟𝑦 𝑃𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟
أدب الهواةS/n Malfoy, uma garota corajosa, determinada e, principalmente, com um grande coração. Ao completar seus onze anos a garota recebe sua tão esperada carta de Hogwarts, mas não espera que essa simples mudança mude completamente sua vida. "𝓟𝓪𝓲, 𝓿𝓸...
