Capítulo 98

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– Sim... – Sussurrei satisfeita. Então esfreguei os olhos dizendo – Eu vou queimar tudo. – O Falcon começou a beijar meu busto e abracei sua cabeça querendo mantê-lo ali. – Tudo...
Bruno desvencilhou-se e me colocou deitada no banco, em seguida, cobriu meu corpo com tequila e saiu lambendo.
– Já tenho tudo planejado. – Gargalhei sentindo cócegas. – Marquei um encontro com o zelador. Eu tenho clorofórmio sabia? Homens são tão burros! – Ri mais ainda, então gemi alto quando Bruno começou a me tocar intimamente. – Eu não sou má, sou?
– É sim.
– Só vou explodir o prédio principal. O baile é no grande salão, bem depois da ala do ensino fundamental. Então, pode-se dizer... – Ofeguei. – Que eu sou muito, muito boa. – Debochei. O cheiro da bebida estava me deixando alterada.
– Como vai fazer isso? – Indagou.
– Quero você! – Sorri, tateando o rosto do cretino.
– Como vai fazer?
– Depois que o zelador apagar... Vou até o porão onde estão os oito cilindros de gás que abastecem o prédio e, com o machado que está no meu porta-malas, vou arrebentar as válvulas. Deixarei o gás se espalhar por uns vinte ou trinta minutos, fazer um rastro de gasolina até fora do prédio, ascender um cigarrinho e... – Ri alto. – BUUUUM! O Democracy vira história! – Bruno parou de me tocar e encarou-me. – O quê? Tá bom... – Revirei os olhos, divertindo-me. – Confesso, todo mundo vai se ferrar. Eu sou má. – Dei de ombros.
– Esse é um plano muito bom. – Admitiu franzindo o cenho.
– Sim..., mas temos tempo. – Enfiei a mão dentro de sua calça.
– Está certa. – Fechou os olhos adorando.
(...)

Bruno PDV

Há vários metros do Volvo, sentando na calçada, liguei para Orelha. Contei-lhe os planos de Cassandra e ele se mostrou tão surpreso quanto eu.
– Foi fácil distraí-la, eu só falei o que ela queria ouvir. Cara, isso é muita loucura, nem acredito... – Respirei fundo. – Talvez desse certo, talvez não... O importante é que ela “zerou”. Está bêbada e cansada demais para abrir os olhos. Acho que só vai acordar amanhã e estamos a quilômetros do Democracy. Fica tranquilo, Cassandra não vai fazer nada essa noite.
– Valeu, Bruno. Esse seu plano foi mesmo muito bom. Fique com Cassandra o máximo de tempo possível, estou reunindo algumas informações sobre o transtorno de Fatinha e amanhã cedo vou falar com os pais dela. Tenho certeza de que eles vão tirá-la da cidade e vão dar um jeito de ajudá-la.
– Tudo bem. Entendi.
– Ei, Bruno... – Hesitou.
– Fala.
– Sinto muito. Sei que está sendo difícil pra você.
Fiquei olhando para o chão. Era perturbador estar com Cassandra, pois meus sentidos a reconheciam como Fatinha. Mesmo a garota tendo atitudes extremas e diferentes, tinha o mesmo cheiro que aprendi a reconhecer, o mesmo rosto, o mesmo timbre de voz. Eu não gostava de Cassandra, mas não podia ignorá-la, porque, apesar de tudo, ainda era a minha Fatinha. Às vezes minha consciência entrava em colapso, chocando as questões: certo ou errado? Sim ou não? Ódio ou amor? Livre ou preso? Mas, no final das contas, eu não tinha perdido as esperanças: Pra mim, Fatinha estava viva.
– Orelha, eu te ligo depois porque... – Me levantei assim que ouvi o motor do Mustang roncando. – Merda! – Corri para o Volvo e Cassandra saiu cantando pneu.
Entrei no carro, joguei o celular no banco e procurei minhas chaves. – Foda! – Berrei, constatando que CASSANDRA as tinha levado. Por sorte, me lembrei da chave reserva no porta luvas.

Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora