Capítulo 10

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Vai ser ótimo ver esses otários se perguntando por que estou aqui com você. – Mantive meus lábios bem perto de seu ouvido. – Parece que consigo ler os pensamentos deles: porque a novata gostosa está com o nerd? – Imitou baixinho a voz de Nélio, arrancando de mim uma boa gargalhada.
– Vamos provocar mais dúvidas.
Abracei Orelha e ele fez o mesmo, fechando seu sobretudo sobre mim. Com os rostos escondidos atrás da cortina improvisada, rimos deixando o povo achar que estávamos nos beijando. – Como está indo com Bruno?
– Bem, só que tenho pressa. Quero fazer as coisas acontecerem logo para desaparecer do Democracy.

Saímos de nosso pequeno esconderijo e logo notamos que os alunos estavam super confusos. Estava estampado no rosto dos bonitões que achavam um absurdo eu me envolver justo com o “socialmente excluído”. – Cuidado com a Ana. – Ela é a menor das minhas preocupações. Mesmo assim preciso que me faça um favor. – Como assim? (...) Orelha foi cuidar do que lhe pedi e eu fui ao banheiro, onde tive que pegar uma fila. Bem na minha frente estavam Lia e Juliana, as duas maiores fofoqueiras do Democracy.
– Oi, Cassandra. Sou Juliana. – A bocó se apresentou com um sorriso falso. – E eu sou Lia.
– Olá! – Minha falsidade ultrapassou as delas. – Tudo bom, meninas?
– Sim. – Respondeu Lia. –Gostando da festa?
– Adorando!
– Estamos vendo. Está fazendo amizades rápido, hein? – Juliana destilou seu veneno.
Gargalhei alto.
– Eu gosto de dar a minha “amizade” facilmente. – Minha resposta atiçou a curiosidade delas.
– Então está namorando aquele loirinho? O... Alberto?
– O nome dele não é Alberto ... –Rindo, Juliana corrigiu a amiga. – É Allan.
Cerrei o punho e quase quebrei a cara das piranhas, mas me contive e retribuí o favor que pedi a Orelha. – Não estou namorando com ele. – Sorri debochadamente. – Só estamos transando. – A resposta direta as deixou perplexas. – Nossas personalidades nem combinam, mas não consigo fugir da cama dele. É que o cara tem “um” enooorme! – Ri alto. – Meninas, me deixem passar que estou apertada. – Furei a fila e me tranquei no banheiro.

Fatinha PDV

Tapei a boca com as duas mãos e tive uma crise de riso. Minha nossa! O que eu fiz? De onde tirei isso?
Será que devia contar para Orelha que seu nome, ou seus errôneos nomes, estariam na boca de todos os alunos dentro de algumas horas? Aí, caramba!
Demorei mais tempo do que esperava no banheiro, pois ainda estava meio chocada com todos os acontecimentos. Era bom, louco e surreal. Eu estava feliz, mas ao mesmo tempo nervosa com o que estava por vir.
Me olhei no espelho e quase não acreditei que consegui continuar na festa mesmo com o vestido molhado e transparente. Será que eu tinha perdido a cabeça? Porque sinceramente, não estava nem aí. Era bom demais me sentir uma jovem forte, saudável e feliz.

Bruno PDV

– Vai me levar para o seu quarto hoje? Poxa, nunca me leva lá. – Ana fez biquinho.
– Não podemos ir para a seu? – De jeito algum! Você sabe como é meu pai.
– Não se preocupe, minha linda. Nós usamos o meu carro como sempre.
– Odeio isso! Morro de medo de sermos flagrados.

Ana idolatrava sua virgindade, mas na prática ela não era tão imaculada assim. Nós fazíamos de tudo, exceto consumar o ato. Eu não podia reclamar, era bom para nossa imagem parecermos um casal responsável. Nossas famílias e a diretoria do colégio nos usavam como exemplo de jovens de caráter que prezam os bons costumes. – Não se preocupe, amor. Você sabe que sou cuidadoso. – Me preparei para beijá-la, mas um cara esbarrou em nós derramando um copo de vinho na roupa da minha namorada. – Droga! – Gritou revoltada. –Você é cego?
– Desculpe. – O cara que o pessoal do time gostava de aporrinhar, tentou ajudá-la a limpar a mancha. – Realmente me distraí. Sinto muito. – Ele saiu e desconfiei de suas atitudes. – Vou tentar limpar essa meleca. – Ana marchou para o banheiro.

Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora