Capítulo 72

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Bruno PDV

Estava ficando louco tentando compreender por que queria tanto acreditar em Cassandra. A garota embaralhava meus pensamentos e, ainda assim, meu corpo reagia a ela intensamente. Por um tempo, achei que a atração havia acabado, mas estava apenas adormecida por causa da raiva, só que, agora, meus sentimentos estavam seguindo um curso diferente. A “Maria” que eu esperava encontrar estava mesmo presente na personalidade de Cassandra. A junção das duas pareceu criar uma terceira garota, uma terceira idéia de quem ela realmente podia ser. Mas, ao invés de isso simplificar a minha vida, só complicou, pois a vontade de desvendá-la por inteiro só não superava a vontade de continuar ao seu lado. Que tipo de masoquista eu tinha me tornado? “Burrice” agora era o meu nome do meio? Ridículo! Ridículo! Ridículo!
– O machucado na sua testa está doendo? – Cassandra sussurrou com receio.
– Estou bem. – Menti sem me mexer.
– Não precisa se fingir de forte. Ser atingido por uma lata deve doer pra caramba.
Boquiaberto, me virei para ela desconfiado
– Ninguém, exceto a minha família, sabe que fui atingido por uma lata.
Imediatamente, Cassandra perdeu toda a cor da face. Seus lábios tremularam como se fosse falar, mas nenhum som saiu de sua boca.
– Eu quero uma resposta. – Exigi com seriedade. – Foi você quem mandou fazer aquilo comigo?
– Não! – Quase gritou. – Eu juro que não! Como pode...
– Como posso pensar isso de você? –Segurei-lhe o pulso com força. – Tem certeza que eu preciso explicar?
Cassandra fechou os olhos como se estivesse sofrendo, só que eu não sabia se era mero fingimento.
– Água e óleo. – Abriu os olhos vagarosamente e desvencilhou-se. –Como você disse, somos água e óleo.
A alegação causou um impacto que eu não esperava. Senti-me mais do que frustrado, angustiado.
– Quem realmente é? Do que tem medo? – Estendi minha mão para tocar sua face, mas CASSANDRA deu um passo atrás, tirando de mim a esperança de uma resposta satisfatória
– Tenho medo de você. – Sussurrou.
– Não vou feri-la.
– Faz isso até sem sentir. – Deu mais um passo atrás. – Só a sua existência é o suficiente para... – Balançou a cabeça reprimindo as palavras que eu ansiava. –Acabou! – Deu-me as costas para ir embora e me aborreci.
– Acabou nada! – Puxei-lhe pelo braço e a coloquei rudemente contra a parede. – O que você quer de mim? – Gritei irado. –Pare de me enlouquecer! – Soquei a parede perto de seu rosto e Cassandra sequer pestanejou. – Responda. A droga. Das perguntas! – Rosnei em seu ouvido perdendo o controle. – Você arruinou a minha vida e agora quer ferrar também com o meu juízo? – Apontei para minha cabeça que estava preste a explodir. – O que ganha com isso? Que jogo doentio é esse?
– Irei embora. – Sua voz se tornou fria como gelo.
– Espera mesmo que eu acredite em alguém que mente e manipula o tempo inteiro? – A fúria me dominou e quando percebi já estava com a mão em seu pescoço. Meu coração acelerou e tudo no mundo sumiu, exceto Cassandra. – Eu podia matá-la... – Com a respiração presa na garganta, Impulsivamente apertei seu pescoço. – Motivos é que não me faltam.
– Vá em frente – Disse com a voz fraca.

Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora