Capítulo 69

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Fatinha PDV

Bruno estava me deixando confusa. Ele parecia em cima do muro, indeciso sobre como deveria me tratar.
– O que está pensando? – Perguntei baixinho.
Ele respirou fundo antes de responder
– Tudo que escreveu nas cartas é verdade? – Virou-se para mim.
Sua pergunta me pegou de surpresa, mas eu estava cansada de fugir e de mentir. Desejava mais que tudo ser eu mesma com ele.
– Sim, Bruno. – Respondi com os olhos fixos nos dele. – Só porque eu fiz coisas chocantes no passado não significa que eu seja uma pessoa inteiramente má. Nem sempre o que fazemos define quem somos.
Pela expressão torturada dele, percebi que minhas palavras o tocaram profundamente, criando ligações com o que sentia a respeito de si mesmo.
– Você tem razão. – Murmurou certamente lembrando-se de quem foi.
– Se pudesse escolher, em que local teria marcado esse encontro?
Ele imediatamente olhou para o teto, refletindo.
– Já esteve no píer de Santa Mônica?
– Não.
– É enorme! As águas durante a tarde são calmas e até dá para sentir o cheiro de pipoca vindo das carrocinhas. O ambiente é tão aconchegante que você nem se importa com as dezenas de pessoas à sua volta.
– Parece demais. – Sorri
– Não vou lá há muito tempo. – Balançou a cabeça, lamentando.
– E o que faria para me passar uma boa “primeira impressão”?
– Eu me exibiria com os meus... talentos? – Fez uma careta sem saber se tinha respondido certo.
– Que talentos? – Ri sem querer.
– Muito obrigado. – Fingiu-se de ofendido. – Para o seu governo, eu tenho muitos.
– É mesmo? – Provoquei. – Me diga um!
– Er... – Gesticulou. – Tem... Tem o... Calma, eu vou chegar lá. – Mordeu o lábio, pensativo. – Eu sou bom em... – Coçou a nuca, prendendo o riso. – Sexo!
– Que resposta idiota! – Gargalhei com as mãos na boca para não acordar o Sr.Leandro. – Acho que eu esperava mais de você.
– Qualquer coisa que eu respondesse soaria idiota. – Deu de ombros. – Não queria parecer metido.
– Oohh... – Revirei os olhos. – A sua resposta fez você parecer muuuito modesto.
Bruno virou o rosto e tive a impressão de que balbuciou um palavrão. Estava tão nervoso assim?
– E qual o seu talento? – Virou-se para mim cruzando os braços.
– Acho que não tenho. – Franzi o cenho.
– Não me enrola, você deve saber fazer alguma coisa legal.
– Bem... Na verdade... – Estreitei os olhos, arquitetando. – Sei fazer um “lance”.
– Me mostre. – Ficou mais interessado do que eu esperava.
– Você tem que prometer que não vai rir. –Falei sério.
– Está prometido.
– Vem comigo!

Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora