Precisava ver com meus próprios olhos. Meu amigo me acompanhou até o refeitório lotado, onde indicou a garota. O problema é que nem precisava, já que sua aparência a fazia se destacar. Ela estava sentada na ponta de uma mesa, conversando com um carinha do clube de informática. – Como ela pode vir vestida assim? – Chateei-me.
A garota de cabelos loiros desonrava o uniforme do Democracy usando a blusa com a barra amarrada, mostrando desnecessariamente a barriga. Sua saia estava com o cós dobrado para diminuir o comprimento, e colocou um cinto largo por cima. As alunas costumavam usar meias até a panturrilha, mas a novata estava com umas na altura da coxa e ainda por cima exagerou no salto do sapato. E como se isso tudo já não fosse o suficiente, ainda teve a ousadia de usar blazer por cima de seu uniforme não convencional, praticamente insultando a imagem do nosso colégio. – Gostosa, né? – Nélio era sempre comandado pela cabeça de baixo.
– O diretor já viu a fulana?
Eu prezava muito pela reputação do Democracy, por isso irritava-me ver uma novata achando que podia deitar e rolar no meu território. – Me falaram que ela já andou discutindo com o Sr. Matias por causa do uniforme. Parece que conseguiu provar que no estatuto do colégio não existem regras para o tamanho do uniforme ou como ele deve ser usado, cita apenas que deve estar completo. De qualquer forma, isso a colocou no mapa. Todos estão falando dela.
– Espero que isso não vire moda. – Bastou eu me calar para uma aluna passar por nós com a barra da blusa amarrada, mostrando também o umbigo. – Olha aí as coisas melhorando. – Meu amigo se animou.
– Quer saber? Vou falar com ela! – Tive esperanças de resolver a situação amistosamente.
– Tou na cola! – Nélio me seguiu.
Atravessamos o refeitório e paramos diante da novata.
– Olá. – Assenti, colocando as mãos para trás.Cassandra PDV
Foi ridiculamente fácil chamar a atenção de Bruno. O otário fingia ser tão careta quanto o Papa.
– Oi. – Sorri.
– Sou Nélio Rodrigues. – O tarado do Democracy foi logo me estendendo a mão. – Cassandra. – Apertei sua palma, comandando o jogo.
– Esse é Bruno. – O idiota deu um tapa forte nas gostas do Bruno. – Prazer. – Respondi sensualmente. – Em nome dos alunos, vim te dar boas vindas. – Notei que minha presença já o incomodava.
– Obrigada. – Ri trocando um olhar com Álvaro Gabriel(Vulgo Orelha), o qual praticamente escondeu o rosto dentro de um livro. – Vocês aqui até que são educadinhos. – Meu comentário não agradou o Bruno.
– De que escola você veio? –Indagou Nélio.
– Pública. – Precisava contar mentiras que não fossem descobertas facilmente. – Ah... – Bruno balançou a cabeça como se dissesse: isso explica tudo.
– Você vai adorar o Democracy! Temos muitas atividades... – O Nélio me lançou um olhar malicioso. – Algumas são interessantíssimas
– Eu não duvido. – Deixei ele achar que era O cara. Já Bruno não parava de olhar para o meu uniforme, nitidamente o reprovando.
– Algo de errado, Bruno? –Minha pergunta saiu cheia de desdém
– Como veterano, vou te dar um bom conselho
– Sou toda ouvidos
– Fuja de problemas
– Eu fujo, mas não tenho culpa se eles não fogem de mim. – Desci da mesa e meus olhos fixaram-se nos dele.
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Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)
FanficPaixão e Crueldade {FINALIZADA} Democracy é o colégio mais respeitado da Califórnia e o palco principal de uma história turbulenta regada a paixão, vingança, obsessão, preconceito, revolta, ambição e muito fogo! Maria de Fátima sofreu inúmeros maus...