Capítulo 14

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Aproximei-me sinuosamente e me aproveitei de sua distração para sussurrar em seu ouvido.
– Te peguei!
Sobressaltado, me encarou surpreso.
– Oi. – Disse por falta de coisa melhor.
– Tem um Mustang vermelho estacionado no final da rua. Preciso de você lá, veterano.
Ele balançou a cabeça nem acreditando no convite.
– O que te faz pensar que estou interessado?
Gargalhei.
– Acha que não sei que está pensando: quem essa garota acha que é? Eu prendo a sua atenção e está louco para entender por que. Não me quer em seu colégio, mas me acha linda. – Arqueei uma sobrancelha. – Te incomoda não saber por que estou te assediando e não a Nélio, que tem mais a me oferecer por ser solteiro. E é aí, meu caro, que surge a pergunta que te fará ir ao meu encontro... – O analisei dos pés a cabeça. – O que ela quer de mim?
Bruno estreitou os olhos não conseguindo revidar. O estudei por anos e agora ele se sentia perdido diante de uma desconhecida que podia vê-lo por trás de sua máscara.
Não perdi mais tempo e saí da casa, deixando-o tentar se convencer de que não me seguiria.
- (...) -
Sentada sobre o capô do carro, esperei pacientemente. Bruno se torturou por cerca de 8 minutos, até que não aguentou mais e veio ao meu encontro. – Ainda tentando evitar o inevitável, veterano? – Zombei.
– O que quer? – Parou à minha frente.
Acendi outro cigarro, dei uma boa tragada e saboreei a fumaça antes de soltá-la na direção dele.
– E o que você quer? – Fiz uma pergunta semelhante.
– Poupe-me desse joguinho.
– Claro. – Dei uma avaliada no material diante de mim. O Bruno estava gostosinho com suas roupas de mauricinho. Jeans escuro, blusa branca e por cima um colete preto. – Falemos sem rodeios.
– É o que espero. – Manteve sua postura.
– Vem cá. – O chamei com a mão. – O que tenho a dizer é segredo.
– Mesmo? – Revirou os olhos
– Seja bonzinho e me escute.
Ele refletiu por um breve momento, provavelmente pensando os prós e contras. Por fim, sua curiosidade novamente o traiu. – Seja breve. – Se aproximou.
Com força o puxei para junto de mim e ele não resistiu. Entre minhas pernas, Bruno manteve a cabeça baixa quando meus lábios sussurraram em seu ouvido:
– Quero você, meu estimado colega. Milímetro, por milímetro. – Dei uma lambida em sua orelha. Minhas investidas seriam assim, fatalmente diretas.
– Por que eu?
– Filhinhos de papai me excitam. Vai me condenar por isso? – Ri baixinho.
– Você é completamente louca. – Tentou se afastar e não permiti.
– Louca não... – Tentei beijá-lo e virou o rosto. – Mas, com certeza, excêntrica. –Pisquei o olho.
Com esforço se desvencilhou e eu gostei dele não ter cedido facilmente, pois que graça teria?
– Eu tenho namorada, sabia?
Desci do carro bem animada.
– Não sou ciumenta. – Fiz carinha de inocente. – Partilhar é algo tão bonito... Sempre quis ser sócia em um bom investimento. – Não vai acontecer nada entre nós.
Foi impossível não rir.
– Então por que está suando, Falcon?
– Garanto que não tem nada a ver com você.
– Agora que sabe o que quero vai parar de ficar me “secando” quando eu estiver dançando? – Era delicioso vê-lo perturbado com o meu conhecimento sobre seus pensamentos
– Você não está com toda essa bola, sabia? – Forçou um sorriso.
– Tem toda razão. E o fato de você estar aqui prova isso. – Meu sorriso debochado o deixava furioso.

Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora