Capítulo 93

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– Fatinha, tem marcas de chupões no seu pescoço. Eu não sou cego, nem idiota. Por que está fazendo isso comigo? – Me irritei.
– Que saco! – Revirou os olhos tirando do decote um cigarro e um isqueiro. – Como a sua pessoa não é mais a minha preocupação, pois já me vinguei de você, a gente até podia se divertir juntos... – Deu uma tragada. – Só que isso não vai dar certo, porque você é um babaca possessivo e eu não curto isso. Nunca serei domada e gosto de farrear! Ficou claro?
Permaneci quieto, fitando-a com um nó preso na garganta. Nem conseguia pensar em palavras que expressassem minha decepção.
– Não entendo... – Murmurei, balançando a cabeça. – Eu achei que gostasse de mim.
Ela gemeu nitidamente impaciente.
– Parte de mim gostava, mas essa parte... – Deu um passo à frente e falou rente ao meu rosto. – Morreu. A Fatinha que conheceu está morta. Esse mundo não é para fracos, Bruno. – Piscou o olho e se afastou. – Eu tenho muitas coisas para planejar e não posso ficar perdendo o meu tempo você.
Engoli em seco não reconhecendo a garota diante de mim. Agarrei-me ao orgulho para não me mostrar abalado, mas, se Fatinha prestasse o mínimo de atenção em mim, veria que suas palavras estavam me ferindo mais do que a vingança que executou. – Você não é quem eu pensei que fosse. Me arrependo profundamente de ter te... –Não consegui completar a frase.
– Amado? – Arqueou a sobrancelha com sarcasmo. – Qual é! Você não ama nada além de si mesmo e da sua vidinha de playboy, então não me venha com esse papo idiota! – Enfureceu-se e foi para a saída do ginásio.
Perdi o controle e baixei a guarda, reagindo de uma forma que eu não esperava.
– É só isso? – Falei alto e ela olhou para trás. – Todas as cartas, todos os momentos que passamos no veleiro... Não significaram nada pra você? – Abri os braços. – Seu maior objetivo na vida é me enlouquecer de todas as formas possíveis e imagináveis? Então se dê por satisfeita... – Vi-me completamente perdido. – VOCÊ CONSEGUIU! – Gritei irado. – VOCÊ CONSEGUIU, FATINHA!
– QUE MERDA! LEIA OS MEUS LÁBIOS! ELA. ESTÁ. MORTA! – Berrou atirando contra mim o anel que lhe dei.
Eu queria socar algo para extravasar a frustração, mas só consegui ficar parado olhando para o anel no chão.
Após alguns minutos, abandonei o ginásio e fui para o corredor, o qual se lotou de alunos que saíam das salas para o almoço. Tentei me mandar do colégio o mais rápido possível, mas a desordem de costume me deixou ainda mais desorientado.
Quando eu achei que nada mais poderia me perturbar, Tyler esbarrou em mim, soltando uma risada provocadora. Imediatamente parei e ele seguiu seu caminho. Olhei para o lado e vi que os caras do time de beisebol estavam indo para o treino. Então, em uma atitude impensada e imatura, arranquei o taco de um deles e segui o imbecil.
– Ei, Tyler!
Assim que ele olhou para trás acertei em cheio o seu rosto. Tyler desabou inconsciente e a gritaria alastrou-se. Pouco me importando, soltei o taco e me considerei, finalmente, expulso. Sinceramente, foi alívio. Eu estava livre do Democracy!
(...)

Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora