Capítulo 99

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Cassandra PDV

– AAAAAAAAAAAHHHHHHHH! –Chacoalhei a cabeça em puro ódio.
Quando acordei e vi que passavam das 20:30h, finalmente entendi a jogada de Bruno. Sua traição reacendeu minha cólera e agora, mais do que nunca, ansiava por vingança. Se ele pensava que podia me deter, estava fatalmente enganado.
Apertei o cinto de segurança, troquei de marcha e pisei fundo. Mesmo com a visão alterada pela bebida, avistei seu carro pelo retrovisor e me agarrei ao volante, ardendo em febre.
– EU NÃO VOU DESISTIR!
O ponteiro do velocímetro disparou e eu abri uma boa distância do maldito Falcon. A rodovia não me oferecia riscos, mas minha cabeça latejava como se fosse explodir.
De repente, meu celular começou a tocar e eu já sabia quem era. Peguei o aparelho que estava no painel e comecei a esbravejar:
– Eu vou te matar! Vou te matar, seu Falcon estúpido!
– Por favor, pare!
Esfreguei rapidamente os olhos, sem ter certeza se à minha frente havia mesmo um cruzamento.
– Nem mesmo você será capaz de me impedir. O DEMOCRACY IRÁ QUEIMAR! –Fiz uma ultrapassagem há mais de 120km/h.
– FATINHA, ISSO TEM QUE PARAR!
Pra mim, foi a gota d´água.
– EU. NÃO. SOU. FATINHAAAA!
No cruzamento, tentei fazer a curva e perdi o controle. O carro derrapou e lutei com a direção. Não sabia se era o Mustang ou minha cabeça que estava girando, mas quando pisei no freio, me senti uma maçã sendo jogada dentro do liquidificador.
Girando... girando... girando...
Eu estava capotando? Era delírio?
Pânico!
Cobri a cabeça com os braços e na escuridão total, só ouvia o som de vidro estilhaçando e o gosto de... sangue.
(...)

Bruno PDV

– FATINHAAA! – Gritei sendo segurado por pessoas que nem conhecia. Não dava para aceitar que não podia fazer nada.
No acostamento da rodovia, os paramédicos tentavam reanimar minha Fatinha. Ela estava bastante ferida e acabara de ter uma parada cardiorespiratória. A massagem cardíaca não deu resultados e, por isso, prepararam o desfibrilador.
Rasgaram a blusa de Fatinha e colocaram as pás do desfibrilador em seu tórax e na região das costelas.
“200 Joules!”, ouvi alguém falar.
A corrente elétrica lhe provocou um espasmo, mas de nada adiantou.
“300!”
Fiquei preso naqueles intermináveis e dolorosos segundos. Era como se tudo estivesse em câmera lenta, um momento no tempo irreal demais.
Ela não podia morrer...
– FATINHAAAA! – Gritei mais uma vez.

Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora