Capítulo 92

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Então, no momento em que liguei o carro para ir embora, avistei o Mustang preto entrar no Democracy e estacionar a alguns metros de mim. Mais do que aliviado, saí do Volvo e o que vi deixou-me muitíssimo confuso.
Fatinha saiu do carro com o uniforme totalmente alterado. Além do decote extravagante, exibia também pernas e barriga. Ela estava bastante maquiada e de sua boca saía fumaça de cigarro.

Cassandra PDV (sim, Candy está de volta)

Dei mais uma tragada no cigarro e analisei o ambiente à minha volta. Em seguida, ajustei o decote e dei uma bagunçada no cabelo.
Logo que bati a porta do carro, o Falcon veio até mim cheio de questionamentos no olhar.
– Você está bem?
Ri de sua pergunta idiota.
– É claro que estou bem. Estou perfeita
– Tentei falar com você antes, mas não consegui.
– Fica frio, Falcon. – Joguei o cigarro fora e segui para a entrada do colégio com ele no meu pé.
– Sei que tive uma parcela de culpa no que aconteceu, mas não foi intencional. Escuta, eu também não sabia que o time nos assistiu na biblioteca. Na época, sequer imaginei e...
– Eu. Estou. Ótima! – Ele era surdo? Ia ficar tagarelando aquelas merdas pra mim o dia todo?
– Sinto muito por estar sendo chato, mas estou mesmo preocupado com vo...
Desliguei-me do que Bruno estava falando e percebi que, por onde eu passava, os alunos paravam para me observar. Estavam cheios de curiosidade e alguns até com medo. Não me deixei intimidar pela escória do Democracy e segui meu caminho de cabeça erguia.
Eles podiam me julgar o quanto quisessem, pois, em breve, eu acabaria com a “festa” de todo mundo.

Bruno PDV

Fiquei perto de Fatinha o tempo inteiro, mas mesmo assim ela insistia em me ignorar. Nem precisei perguntar para ter certeza de que estava arquitetando alguma coisa, mas infelizmente minhas desconfianças não encontravam fundamento em seu humor alterado. Em alguns momentos, até tive a nítida impressão de que ela estava se divertindo com os olhares de medo de alguns alunos.
Por mais que eu quisesse me convencer de que a garota estava diferente só na aparência, em seus olhos encontrei ódio, desdém e o antigo veneno que arrancou a minha paz.
Durante as primeiras aulas, me obriguei a ser paciente, pois Fatinha tinha passado por muita coisa e talvez precisasse de um tempo para perceber que não quis magoá-la. Só que isso mudou quando ela jogou o cabelo para o lado e vi algo em seu pescoço que me deixou irritado e ao mesmo tempo perplexo.
Assim que tive oportunidade, praticamente a reboquei até o ginásio a fim de ter uma conversa séria. Eu precisava de respostas e necessitava enxergar Fatinha do mesmo modo que antes.
– O que está acontecendo? Está tentando me punir com sua súbita mudança de visual e atitude porque vou voltar para o time de basquete? – Suspirei tentando tocar seu rosto e ela não permitiu. – É por causa do que a Ana fez? Por favor, me diga o que está havendo com você? Que marcas são essas no seu pescoço?
– Marcas? – Fingiu-se de desentendida com um sorriso irônico que eu não via há um bom tempo.

Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora