Capítulo 30

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- Agora você me quer, não é? – Falei com a voz embargada e cheia rancor.
Ele não respondeu, apenas beijou o meu pescoço e se preparou para me fazer sua, mais uma vez. Por dentro, um fogo antigo começou a me consumir e suas chamas tomaram a forma de um escudo reluzente e sedutor...
– Cassandra... – A "invoquei" jogando os cabelos para trás. –

Cassandra PDV

– Não pare! – Gemi o incentivando a continuar com nosso delito.
Atrás de mim Bruno enlouquecia de prazer abrindo a guarda para a punhalada fatal que em breve lhe daria. O desgraçado era mesmo um excelente amante, disso não podia me queixar, então tratei de aproveitar. O deixei pensar por alguns minutos que havia me domado, embora ele fosse apenas o meu playground.
Me virei e voltei a sentar na mesa, então continuamos a nos embebedar com meu o veneno. Enquanto ele aumentava o ritmo de suas investidas, cravei meus dentes em seu pescoço o fazendo proferir um palavrão. Ri de sua dor e o Falcon nada pôde fazer.
– Faça comigo como nunca fez com ninguém. – Ordenei entre gemidos.
Subestimei Bruno, achando que não podia ser mais intenso. Como estava enganada... Ele passou a me devorar com uma brutalidade irresistível. Machucávamos um ao outro em uma disputa deliciosa pra mostrar quem tinha mais poder. E foi assim, completamente enlouquecidos pelo desejo, culpa, paixão e crueldade que alcançamos o clímax. Primeiro eu, e ele logo em seguida.
Com o delito consumado, desfaleci nos braços de Bruno e ele pousou o rosto sobre meu busto, cansado demais para pensar em qualquer coisa. Ficamos quietos por cerca de dois minutos, então o Falcon se recompôs e foi fechar o computador. Me afastei para apanhar minhas roupas e aproveitei para pegar a filmadora.

Bruno PDV

Saímos do prédio juntos, mas não trocamos uma só palavra. Eu ainda sentia os efeitos daquela garota em mim. A eletricidade provocada pelo prazer absurdo que senti mantinha meu coração pulsando em um ritmo acelerado. Ia levar um tempo para recuperar a razão e consequentemente pensar no que deveria fazer para encobrir minha traição.
Entramos em nossos carros e, antes que eu pudesse dar a partida no meu, Cassandra parou seu Mustang perto de mim e lançou-me um beijo, em seguida saiu cantando pneu.
Encostei minha testa no volante começando a sentir o velho e torturante remorso. Para driblar o sofrimento, peguei meu celular e me preparei para chamar os Falcons. Enfiei a mão no bolso da jaqueta e peguei a ficha do aluno disposto a armar um flagrante. Então, ao olhar para o papel, minha mão tremeu.
– FILHA DA MÃE! QUE CRETINA! – Gritei socando o volante. – VOU MATÁ-LA! EU JURO QUE VOU! – Cassandra tinha imprimido minha própria ficha. Descontrolado, quase destruí o volante. –

Cassandra PDV

O velocímetro marcava 110 km/h quando atravessei o sinal vermelho deixando um rastro de caos. O doce sabor da vitória escorria por meus lábios igualando-se ao prazer que senti com o Falcon.
Acendi um cigarro e aumentei o som para que minha música abafasse meus gritos e risadas de felicidade. Comemoraria até esgotar completamente minhas energias. (...) -

Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora