Capítulo 86

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– Talvez isso não dependa mais só de você.
– Torço para que esteja errada.
Sem falar nada o abracei e Bruno afagou meus cabelos. Ficamos um tempo calados, até que ele perguntou:
– O baile do centenário do Democracy vai ser nesse Sábado. Gostaria de ir comigo?
Eu não queria comemorar a existência da instituição e não consegui aceitar o convite de imediato.
– Vai ser tão bom assim?
– Não é isso. É que eu organizei quase tudo, gastei muito tempo e esforço... Só queria ver como ficou no final das contas.
– Entendo. – Fui sincera. – Nesse caso, eu aceito o convite. – O fitei sorrindo.
– Legal. – Começou a desabotoar a blusa que eu vestia. – Que tal um último mergulho?
– Adoraria. – Rocei meus lábios em seu maxilar.
(...)
Lá estava eu, de volta ao Democracy.
Estacionei o Mustang no lugar de costume e, assim que saí do veículo, avistei Bruno. Ele caminhou em minha direção com sua elegância natural e me lançou um magnífico sorriso. Nos cumprimentamos com poucas palavras e seguimos para o prédio. Aquele até poderia ter sido um dia como outro qualquer, se Bruno não tivesse colocado seu braço em volta dos meus ombros, assumido publicamente o nosso relacionamento.
O simples gesto atraiu os olhares de todos, nos tornando novamente o centro das atenções. Recolocando os malditos holofotes sobre nossas vidas. E não era para menos, pois ambos éramos odiados e conhecidos como os alunos que destruíram a imagem do colégio.
Gostei de Bruno me assumir como sua namorada, mas, mesmo já tendo passado por situações muito piores, não pude deixar de ficar incomodada com a forma com que nos encaravam.
Eu até já podia sentir os boatos se alastrando pelo lugar como uma espessa fumaça de raiva e inveja.

Bruno PDV

Por onde passávamos, havia murmúrios e olhares tortos. Aquilo não me incomodou muito, mas sentia Fatinha bastante tensa.
Durante as aulas, procurei me concentrar em uma tentativa tardia de melhorar minhas notas. Então, após a aula de Educação Física, ao chegar ao armário, fui abordado por ninguém menos que Ana.
– Oi, Bruno.
A encarei perplexo com sua cara de pau. Ana não falou comigo durante todo o período em que os Falcons me perseguiram. Agora, quando todos sabiam do meu namoro com Fatinha, recuperou o interesse em mim?
– O que quer?
– Nossa, não precisa ser grosso. –Encostou-se no armário. – Só vim pedir uma coisa.
– Não tenho nada que seja do seu interesse.

Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora