Capítulo 68

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Bruno PDV

Quando Cassandra aceitou me encontrar, fiquei repentinamente nervoso. Não sabia como lidar com a ansiedade. No fundo eu estava com medo de estar sendo enganado e a garota não ser como demonstrava nas cartas.
Eu já nem sabia o que pensar sobre minhas atitudes. Era pra me manter o mais longe possível de Cassandra, o problema é que ela sempre me atraiu de uma forma irresistível. Primeiro fisicamente, agora intelectualmente.
Disposto a ir fundo em minha decisão e descobrir a verdade, ajeitei o nó da gravata, passei a mão pelos cabelos e me levantei. Fui para o final da sala sem olhar para Cassandra e me encostei na parede.

Fatinha PDV

Quando Bruno se levantou, achei que eu ia enfartar. Não fazia a menor idéia do que ia dizer a ele. Aquela ia ser a primeira vez que falávamos depois de dias apenas trocando cartas. Como cada carta rompeu uma barreira, nosso encontro estava destinado a ser extremamente pessoal e íntimo.
Pálida feito papel, apertei minhas bochechas tentando ganhar um pouco de cor e me arrependi de não ter passado sequer um batonzinho. Assim que me levantei, ajeite o uniforme, peguei meu caderno e caneta, respirei fundo e, a passos lentos, cheguei ao fundo da sala.
Ao encontrar Bruno, o encarei com a cabeça bem erguida, mas infelizmente ele nada fez ou falou. Imediatamente a dúvida se manifestou e eu já não tinha certeza sobre o “pessoal e íntimo”. Sem muitas alternativas, me sentei no chão com as costas apoiadas na parede e comecei a desenhar no caderno.

Bruno PDV

A garota não me deixou ver o que estava fazendo no caderno. Intrigado com sua ação, fiquei à espera de entender o que se passava.
Pouco tempo depois, Cassandra ergueu o caderno escondendo o rosto atrás dele, só aí pude ver o desenho bem mal feito de uma menina segurando uma bandeira com a palavra “paz”.
– Essa... é você? – Estreitei os olhos buscando entendê-la. Cassandra sorriu e virou a página mostrando-me outro desenho. Não precisei analisar muito para sacar que o menino com a expressão rabugenta era eu. – Ao menos estou bonito. – Quase ri dos garranchos. – Posso ficar com esse retrato tão... fiel?
– Sim. – Arrancou a folha e me entregou.
– Obrigado. – Guardei no bolso.
– Disponha.
O sorriso de Cassandra era tímido e gracioso. Em nada, nada mesmo, parecia o sorriso debochado e sarcástico de antes. Preso a esse mistério, sentei-me ao seu lado
– Sentiu a minha falta? – Perguntei sem pensar.
– Como? – Fitou-me confusa
– É que não nos vemos há 10 anos. Lembra-se? – Apressei-me em explicar.
– Ah... – Assentiu. – Você cresceu. –Entrou na brincadeira.
– Você também.
Lembrei-me da carta dela e, sem querer, olhei para os seus seios. Logo que Cassandra percebeu, desviei o olhar, ridiculamente desconcertado. Não era típico de mim ter esse tipo de reação. -

Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora