*QUINTA-FEIRA *
Sozinha na madrugada, me entreguei às mãos da melancolia. Eu já tinha imprimido minha passagem para Sidney e, na manhã de Sexta-feira, pretendia abandonar de vez Bruno e o Democracy. Meus pais não faziam idéia do meu plano, mas quando chegasse à Austrália lhes faria entender o quanto eu precisava ficar longe.
Minha coragem oscilou em vários momentos e, em alguns, pensei em continuar indo ao colégio só por causa do tempo que passava na detenção com Bruno. O problema é que eu estava totalmente desacreditada. Nós nem éramos exatamente amigos e mesmo que fôssemos, continuaria presa a uma paixão platônica por um homem que nunca seria meu. Ficar o mais longe possível dele era a única coisa certa a fazer.
Ao andar pelos corredores do Democracy ignorei completamente as centenas de alunos e fui abençoada com a nítida impressão de que todos haviam sumido. Vaguei pela instituição como um fantasma preso em seu próprio tempo, no entanto, eu ainda podia vê-lo. Bruno foi o único que conseguiu ultrapassar as barreiras que construí para suportar o último dia.Bruno PDV
Na sala de detenção, repeti três vezes a mesma frase da redação idiota que estava fazendo. Chateado, amassei a folha e fitei Cassandra. Não conseguia parar de me perguntar por que estava tão cabisbaixa. Sua fisionomia abatida encheu a minha cabeça de dúvidas, por isso não consegui esperar o Sr. Leandro cochilar.
Escrevi um bilhete e o amassei em uma bola. Sabia que se o Sr. Leandro me flagrasse fazendo aquilo pegaria no meu pé, então esperei que estivesse bem distraído com seu livro e inclinei um pouco a minha carteira na direção de Cassandra, para que assim a bola de papel caísse em cima de sua carteira. Equilibrando-me, joguei a bola e minha carteira virou. (😂Fatinha PDV
Um estrondo fez-me sobressaltar. Assustada, vi Bruno erguer-se do chão bastante constrangido.
– O que aconteceu, Bruno? – Indagou o professor.
– Nada, Professor, foi só... – Coçou a nuca. –A carteira. – A colocou de volta no lugar e sentou-se pondo uma mão no rosto.
Cobri minha face com o caderno e gargalhei o mais baixo possível. Até o professor riu do pequeno acidente de Bruno. Só quando me acalmei foi que reparei que havia uma bola de papel no acento à minha frente. Curiosa, fingi me espreguiçar e debrucei-me sobre a carteira alcançando o bilhete. Imediatamente o abri sem saber o que esperar.•Maria, você está bem?
Não quero ser chato, mas estou curioso.
Anthony.•A estranha preocupação de Bruno trouxe-me um pouco de conforto. Era bom saber que alguém se importava, porque sem Orelha no colégio me sentia ilhada.
Bruno PDV
Quando Cassandra terminou de escrever, amassou a folha e se levantou. Ela foi até a lixeira, mas antes de jogar o papel lá dentro piscou o olho para mim. Para que o Sr. Leandro não desconfiasse, esperei três minutos, depois, com o pretexto de me livrar de alguns papéis, fui buscar o bilhete. De volta ao meu lugar, disfarçadamente li.
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Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)
FanficPaixão e Crueldade {FINALIZADA} Democracy é o colégio mais respeitado da Califórnia e o palco principal de uma história turbulenta regada a paixão, vingança, obsessão, preconceito, revolta, ambição e muito fogo! Maria de Fátima sofreu inúmeros maus...