Capítulo 62

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* QUARTA-FEIRA *

Bruno PDV

Cassnadra e eu partilhamos as mesmas aulas e nos tratamos com a frieza de sempre. No horário do almoço, ela não veio sentar-se comigo. Achei o fato curioso, já que ela parecia adorar de me importunar. Gostei de ela ter entendido que não a queria por perto, mas também não precisava deixar de comer só para me evitar.
Quando a última aula acabou, segui para a detenção. Normalmente, eu enrolava um pouco e sempre chegava atrasado, mas dessa vez fui pontual só para descobrir se Cassandra tinha começado a debochar de mim pelas coisas idiotas e precipitadas que escrevi. Eu estava amargamente arrependido de ter caído em mais um de seus “joguinhos” – Boa tarde, Sr. Leandro. – Sentei-me na carteira de sempre. – Boa tarde, Bruno.

Passaram-se 7 minutos e nem sinal da garota. Comecei a pensar um monte de bobagens relacionadas com o que escrevi. Não sabia se ainda existia algo em que ela pudesse me prejudicar, mas a dúvida me inquietou. Por fim, acabei temendo por sua segurança, questionando-me se os Falcons tinham lhe feito algum mal – Boa tarde, Sr.Leandro. – Cassandra arrastou-se até sua carteira e senti-me levemente aliviado.
– Qual o motivo do atraso, senhorita?
– A verdade, senhor? – Franziu o cenho
– É o que eu espero
– Cochilei sem querer. – Sorriu aparentemente constrangida. – Desculpa
– Que isso não se repita
Quarenta minutos depois, o Sr. Leandro dormiu. Terminei o exercício que passou e fiquei me fingindo de distraído, mas infelizmente estava era com a minha atenção voltada para a forma como Cassandra escrevia. Estaria respondendo a minha carta?
Claro que não, seu burro! O tratado não tem validade hoje.
Cerca de três minutos depois, Cassandra fechou o caderno e relaxou na cadeira. Foi meio frustrante confirmar que estava respondendo o exercício e não escrevendo para mim.
Tentei pensar em outras coisas. Muitas, muitas outras coisas, só que depois de uns 10 minutos acabei escrevendo um bilhete para a garota.

Fatinha PDV

Fiquei espantada pelo fato de Bruno jogar uma bola de papel em mim. Eu sabia que era um bilhete, mas não esperava que quisesse falar comigo. Peguei o bilhete que foi parar na carteira à minha frente e o li.

•Maria...
Reparei que parou de me escrever e gostaria de saber se perdeu o interesse em manter contato.
Atenciosamente...
Anthony.•

Fiz um esforço gigantesco para não sorrir. Bruno queria continuar com a “brincadeira”? Por essa eu não esperava.
Empurrei o sono para longe e, imediatamente, comecei a lhe escrever uma carta.

Bruno PDV
Outra vez dobrada em forma de avião, Cassandra me enviou uma carta.

•Caro Anthony...
Não pense que me esqueci da pergunta que me fez na última carta; na verdade, passei a noite em claro pensando em tudo que escreveu.• Imediatamente me questionei se era verdade. O fato de ela ter cochilado no colégio confirmava sua alegação?

Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora