Capítulo 107

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– Eu encontrei a minha. – Encarou-me. –Ela sempre esteve perto de mim, mas eu não conseguia enxergar. – Acariciou minha face fazendo uma longa pausa. – Nossa história sempre foi turbulenta e nada normal, mas eu não quero viver o “normal”. Quero viver o extraordinário. É por isso que peço que se case comigo agora, neste exato momento.
– O quê? – Embasbaquei. – Como... Como assim? Agora?
– Não precisamos de ninguém para tornar sagrado o que dentro de nós já é sagrado. Não importa se somos muito jovens ou se não tem ninguém aqui para testemunhar. Eu só preciso... – Colocou minha palma em seu peito. – Que faça esse pacto de amor comigo e me deixe cuidar de você, ao mesmo tempo em que cuida de mim.
– Não precisa tentar me convencer. SIM! SIM! – Ri feito uma boba. – Mil vezes sim. – Sussurrei com o coração a mil.
(...)
Coloquei o único vestido branco que eu tinha, enfeitei o cabelo com um grampo em formato de flor e, descalça, praticamente corri para o convés. Bruno já me esperava e estava lindo com uma blusa de botões branca e um jeans básico.
Ele me estendeu a mão e eu a agarrei com segurança. Ficamos um de frente para o outro, nos olhando com a intensidade de quem sabe que jamais esquecerá o momento.
Bruno tirou do bolso um colar de concha semelhante ao que estava amarrado no meu pulso, então começou a falar: – Fatinha, não posso prometer que será fácil, pois nunca seremos imunes às dificuldades da vida, mas tenho certeza de que somos fortes o suficiente para enfrentá-las. Então, o que posso te prometer é que... – Suspirou. – Em todos os dias, terá o meu respeito, minha atenção, meu “bom dia”. Meu rosto em seu colo quando eu estiver preocupado, minhas piadas, minhas confissões e lamentações, meu apoio, minha risada, meus mais intensos beijos... E todo o meu amor. – Sua voz ficou levemente embargada. – Eu, Bruno Menezes, te aceito como minha esposa... –Pôs o colar em volta do meu pescoço. –Até o dia em que esse oceano secar. –Deu uma risadinha.
Meus olhos ficaram extremamente úmidos e tive que me concentrar para conseguir falar.
– Bruno, por muito tempo acreditei que meus sentimentos por você eram a minha maldição..., mas não, foram a minha salvação. Eu encontrei em você não só braços, pernas e boca, encontrei um coração que conseguiu compreender o meu. Encontrei alguém que não desistiu de mim nem nos meus piores e transtornados momentos. Não vou te agradecer por nada disso, mas vou... –Sorri contendo o choro. – Vou prender definitivamente meu destino ao seu. Nunca mais se sentirá sozinho ou perdido, pois, eu, Maria de Fátima dos Prazeres, te aceito como meu esposo... – Tirei o colar do pulso e o pendurei em seu pescoço. – Até o dia em que esse oceano secar. – Sorri.
Bruno colocou as mãos em meu rosto e sussurrou com veemência:
– Eu te amo tanto.
Uma lágrima me escapou.
– Eu também te amo demais.
Quando os lábios dele tocaram os meus, involuntariamente gemi de felicidade e satisfação. O beijo profundo não selou o fim de uma era, e sim, celebrou o início de uma jornada imprevisível e maravilhosa.
Na última vez que vi Orelha, ele me perguntou como me sentia sendo considerada por muitos uma “desequilibrada”. Então falei para ele o mesmo que falei para Bruno: nem sempre o que fazemos define quem somos.
Eu já cometi inúmeros erros e magoei muitas pessoas na minha trajetória de vida, mas estou determinada a não deixar o passado me torturar no presente e comprometer o meu futuro. A vida é curta demais para eu ficar me preocupando com o que pensam a meu respeito.
Então, que falem, que aumentem, que julguem...
Porque eu estou ocupada sendo delirantemente feliz.
FIM
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⏰ Última atualização: Apr 30, 2023 ⏰

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Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora