Ficamos em silêncio até que coloquei a mão na boca gemendo por causa do ferimento.
– Por que me ajudou? – Havia mais do que curiosidade em sua voz.
– Pelo mesmo motivo que finalmente reagiu... – O encarei. – Tudo tem um limite.
Minha resposta o fez baixar a cabeça, pensativo. Ele nunca ia saber, mas provoquei Tyler de propósito. Queria que Bruno parasse de aceitar a dor em nome da culpa e retomasse o controle de sua vida.
– Seu lábio vai inchar. – Desconversou.
– Posso conviver com isso.
– Vamos comprar gelo. – Limpou o dedo ensangüentado na camisa.
– Sinto muito por sua unha.
– Machucou só um pouco. Posso conviver com isso. – Repetiu o que eu disse.
– E a detenção?
– O que vão fazer? Nos expulsar? –Ironizou, finalmente entrando no Mustang
(...)
Passamos em uma farmácia, depois seguimos para uma loja de conveniência. No estacionamento da loja, sentei-me no capô do carro e coloquei um pouco do gelo, que estava embrulhado em saco, no canto da boca. Sem aceitar a minha ajuda, Christopher enrolou gaze em torno do dedo e tomou uma aspirina. Ele tinha curativos na testa e nas mãos, por isso me perguntei como ainda conseguia ter ânimo para ir às aulas.
– Às vezes parece que está mais morto do que vivo. – Comentei baixinho.
– Talvez esteja. – Encostou-se no carro.
– Eu sei como é. – Olhei para cima.
– É difícil acreditar, Anabella*
– O quê? – O fitei confusa
– Não gosta de ser chamada assim?
Bastante surpresa, tive que me esforçar pra responder.
– Claro... – Desviei o olhar. – Tem razão, só é... estranho me chamar assim. – Me encolhi.
– Falou com Orelha?
– Sim. Ele irá fazer o que pediu, mas vai demorar alguns dias porque, depois do vídeo, mudaram as senhas e os programas de segurança.
– Que seja... – Bufou colocando a mão na testa machucada. – Vou para casa.
– Ok. – Desci do carro.
– Não. – Afastou-se. – É a algumas quadras daqui, eu vou andando.
– Mas posso te dar uma carona.
– Dispenso. – Disse ainda ressentido.
Não insisti e Bruno foi embora. Ele certamente nunca ia esquecer o que lhe fiz, assim como eu nunca esqueceria o que me fez, mesmo o tendo perdoado
(...)
Meu final de semana foi uma droga. Não pude ver Orelha, pois ele foi visitar o tio a pedido de sua mãe. Entendia a preocupação da família de meu amigo, afinal, ninguém esperava que ele fosse ser expulso do colégio.
No tempo que tive livre, pesquisei sobre colégios fora do país. Austrália me pareceu um bom lugar para recomeçar, no entanto ainda estava presa ao Democracy por causa do acordo que fechei com Bruno. O tempo que Orelha pediu para conseguir entrar no sistema do colégio me serviu como desculpa para me preparar para o momento decisivo: Para o ponto final de minha história com Bruno.
O prazo de uma semana foi estipulado. Agora era só torcer por um pouco de sorte. -Anabella é foi uma pintora bem conhecida, e revolucionária que gostava de pintar sobre a política, então Christopher chama assim por ela ter se revolucionando contra o "governo" que é no caso o colégio. Deu pra entender?
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Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)
FanficPaixão e Crueldade {FINALIZADA} Democracy é o colégio mais respeitado da Califórnia e o palco principal de uma história turbulenta regada a paixão, vingança, obsessão, preconceito, revolta, ambição e muito fogo! Maria de Fátima sofreu inúmeros maus...