Capítulo 81

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Ficamos no convés esvaziando a garrafa de vinho e relaxando. Bruno falava de como gostaria de ser mais impulsivo e não se preocupar tanto com cada detalhe de suas atitudes. Então, sem mais nem menos, ele levantou-se e tirou sua camisa, mas foi quando se livrou das calças que arregalei os olhos.
Ele trocou um rápido olhar comigo, e sem nenhum constrangimento, mergulhou no mar. Imediatamente me debrucei sobre a grade de segurança e o vi desaparecer na água. O tempo correu e nada de Bruno emergir.
– Bruno? – O chamei preocupada. –Bruno, não tem graça! Por favor, apareça! – As águas ficaram demasiadamente calmas e o silêncio foi absoluto. – Bruno? – Murmurei sem saber o que fazer.
Com o olhar fixo no mar, esperei e o desespero começou a surgir. E foi nesse exato momento que senti braços fortes enlaçarem minha cintura.
– Shh... – Sussurrou em meu ouvido. –Estou aqui.
Quase me virei para bater nele, mas sentir toda a extensão de seu corpo contra o meu distraiu-me demais.
– Isso não se faz.
Bruno ignorou o que eu disse e colocou uma mão em meu coração.
– Está acelerado. – Sua voz rouca e baixa deixou transparecer uma estranha satisfação em saber que me preocupava com ele. – Desculpe. – Não precisei fitá-lo para saber que estava sorrindo.
– Da próxima vez nem ligarei se você se afogar. – Fingi indiferença.
– Mesmo? – Afundou o rosto em meus cabelos e involuntariamente, fechei os olhos. – Vai me deixar morrer? – Beijou a parte de trás da minha orelha.
– Sim. – Respondi em um quase suspiro.
– Não tenho certeza disso. – Mordiscou minha orelha
– Não dou a mínima pra você. – Me arrepiei inteira e ele percebeu.
– Também não dou a mínima pra você. –Roçou os lábios em meu pescoço.
– Não tenho certeza disso. – Imitei sua resposta com um sorriso.
– Acredite, não me sinto nem um pouco atraído por você. – Sussurrou deslizando as mãos até os meus quadris.
– Igualmente. – Gemi sentindo os dedos dele alcançarem a barra da blusa.
– Isso é tão cruel. – Puxou a blusa para cima, despindo-me.
– Por quê?
– Mentir não diminuía nem um pouco sensação de que se não te tocar... vou enlouquecer.
– Então não enlouqueça. – Reprimi um gemido quando lambeu suavemente meu ombro. – Ou... – Sorri, divertindo-me. –Enlouqueça. – Me afastei e, dessa vez, quem pulou no mar fui eu.
Imersa, senti o choque da água fria contra o meu corpo excitado. Não foi algo ruim, na verdade, foi gostoso ficar envolvida pela água salgada e me sentir livre enquanto mexia braços e pernas para voltar à superfície.

Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora