Capítulo 28

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Entrei no local e fui logo tentando acender as luzes, mas o Uckermann me impediu e ligou só a fraca Bruno.
– Qual o nome sujeito? – Sentou-se em frente ao computador.
– Acha mesmo que vou te dizer? – Revirei os olhos. – Entre no sistema, depois me deixe imprimir a ficha dele.
Bruno bufou, mas obedeceu. Enquanto mexia no computador, fingi me interessar pelos livros na estante do Sr. Matias. Aproveitei a distração do Falcon e tirei de dentro do meu casaco uma pequena filmadora. Coloquei-a entre os livros, posicionada e ligada para que filmasse o ambiente em volta da mesa do diretor. – Pronto. – Anunciou em voz baixa.
– Ótimo. – Sentei em frente ao computador e coloquei na busca o nome do aluno. Bruno, a meu pedido, manteve-se afastado. – Por que o interesse nesse cara? Qualé... Ele não é uma grande ameaça. – Você não entenderia. – Respondeu com frieza.
– Acho que o malandro fala algumas verdades e isso faz com que os alunos parem pra pensar. Você, como presidente do grêmio, não deveria justamente lutar pelos interesses dos estudantes? –Questionei com sarcasmo.
– É o que estou fazendo. O Democracy não precisa de um arruaceiro.
– Arruaceiro? – Banalizei. – Muitos o consideram um revolucionário.
– Não me faça rir. – Bruno se irritou mais do que eu esperava. – Que revolução esses merdinhas influenciáveis estão esperando? São um bando de mimados, não têm do que reclamar da vida. Essa rádio não passa de um pretexto pra tirar o sossego de quem está tentando fazer um trabalho sério por aqui.
- Pra mim parece que está levando isso pro lado pessoal só porque não é mais a cabeça do corpo estudantil. É tão ruim assim ser substituído por alguém que realmente pensa? – As alfinetadas penetravam no grande ego do Falcon
– Não estou sendo substituído. – Riu sem humor. – Isso nem é possível. Eu sou O verdadeiro filho da democracia. Estudo na porra desse colégio desde os 8 anos, está me entendendo? Ajudei a trazer os títulos dos campeonatos e cuido 24 horas por dia da reputação do Democracy. Você, novata, não tem ideia das coisas que já fiz pra esse colégio continuar sendo respeitado como o melhor do Estado. Não vai ser agora que um imbecil apoiado por outros imbecis vai destruir tudo que EU CONSTRUÍ! – Gritou no final de sua declaração, mostrando que estava à beira de um colapso
– Tudo bem, presidente. – Imprimi a ficha, contente pela filmadora ter registrando aquilo.
Me levantei e fui até Bruno, o qual teve que respirar fundo pra recuperar o controle
– Me dá a ficha. – Pediu estendendo a mão
– Só depois... – Sentei em cima da mesa do diretor. – Vem cá, vem. – Dobrei o papel e o coloquei em baixo de mim
– Perdeu a cabeça de vez? Aqui não! –Cruzou os braços
– Por que não? – Tirei meu casaco de couro e o joguei no chão. – Achei que quisesse acabar logo com isso. Além do mais... – Fiz minha melhor cara de safada. – Me excita.
Bruno mantinha sua pose de bom moço. Ele ainda estava muito ligado à namoradinha, mas me olhava com a luxúria de um cafajeste. Eu o odiava, porém não via a hora de senti-lo dentro de mim. Então, para fazer o cretino sair de cima do muro, abri as pernas o convidando. Provavelmente não esperava que eu já estivesse sem calcinha.

Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora