Capítulo 58

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Bruno PDV

Fiquei remexendo meu almoço sem apetite. Já estava me acostumando a sentar sozinho na última mesa. Na verdade, era melhor do que ficar rodeado por falsos amigos.

No momento em que dei um gole no refrigerante, Cassandra, com sua enorme cara-de-pau, sentou-se na mesa com uma bandeja.
– Quem te convidou? – Quase me engasguei.
– Eu. – Respondeu com simplicidade
– Não pode sentar aqui.
– Não tem outro lugar. – Começou a comer. – Além disso, já sentava aqui antes.
– Como pode agir assim? Ainda lembra que destruiu a minha vida, certo? –Franziu o cenho na dúvida, afinal, a garota era totalmente pirada.
– Me passa o catchup. – Agiu como se nem tivesse me ouvido.
– Não. – Afastei o frasco na esperança de que ela caísse na real.
– Vai monopolizar o catchup?

Respirei fundo.
– Vou deixar uma coisa bem clara: Você me ferrou completamente e, mesmo tendo me ajudado no outro dia, não significa que somos colegas. Somos como água e óleo, não nos misturamos.
– Hum... – Mastigou com vontade. – E eu sou a água ou sou o óleo?
– Que diferença isso faz?! – Esbravejei. Qualé! Ela queria me tirar do sério?
– Só queria saber. – Deu de ombros.
– Pode ficar aí, mas me faz um favor... –Tentei não perder o controle. – Fica na sua, que eu fico na minha.
– Tudo bem. – Respondeu com nariz empinado. – Não vai nem notar minha presença.
– Ótimo. – Afastei minha cadeira e dei uma mordida no meu sanduíche.
Cassandra ficou quieta por uns 20 segundos, depois começou a bater o gargalo da garrafa de suco na quina da mesa tentando abrir a tampa.

Oh, Deus... Suspirei.
Calma, Bruno! Conte de 1 a 10, acalme-se e a ignore. 1, 2, 3... Continuou fazendo barulho.

4, 5, 6... Droga!

Impaciente, tomei-lhe a garrafa e me livrei da tampa. Coloquei o suco diante dela e Cassandra ficou olhando para a garrafa se esforçando para não rir.
– Não fale nada. – Resmunguei.
– Não vou. – Imediatamente se tocou de que fez exatamente o que pedi para não fazer. – Opa... A encarei irritadíssimo. (...) Era a primeira vez que eu chegava à detenção sem nenhum machucado novo. A reputação de “perigoso” realmente veio a calhar. Já não estava achando tão ruim ficar preso ali, geralmente era silencioso e eu conseguia ficar longe das lamentações do meu pai.
O Sr. Leandro sempre começava a ler um livro e acabava cochilando. Era como ficar sozinho, pois Cassandra e eu nos ignorávamos. No entanto, depois do incidente no banheiro, ficou um pouco mais difícil fingir que ela não estava presente. Mesmo com a garota sentada do outro lado da sala, ainda podia ouvi-la cantarolar baixinho uma canção que não reconheci. Cassandra girava uma caneta em cima do caderno, aparentemente perdida em seus próprios pensamentos.

Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora