Capítulo 45

3 0 0
                                    

Fatinha PDV

Apoiei as mãos na janela buscando ar. Podia sentir os olhos de Orelha sobre mim, mas não conseguia me virar para encará-lo. A confissão de Bruno abriu todas as antigas feridas, me deixando em carne viva. Eu até podia sentir o maldito, era como se estivesse ali me assistindo enlouquecer.
– Fatinha, ele se arrepende. – Orelha falou com receio.

CASSANDRA  PDV

– Se arrepende? – Trinquei os dentes tremendo de raiva. – Ele me fez acreditar que eu não era nada! Me maltratou, me usou... O fogo marcou meu corpo, mas Bruno marcou a minha alma. E agora ele se arrepende? Se arrepende? ELE SE ARREPENDE? OH, ELE SE ARREPENDE! – Caí de joelhos socando o chão com toda a força. – ELE SE ARREPENDE! SE ARREPENDEEEEEE! AAAAAAAHHHHHHHH!

Fatinha PDV

– AAAAAAAAAAAHHHHHHHH!
Orelha tentou me erguer, mas me debatia querendo socar o chão até que a dor física superasse a emocional.
– FATINHA!
– ELE SE ARREPENDE! SE ARREPENDEEEEEEEE! – Lágrimas transbordavam por meus olhos enquanto meus gritos rompiam o silêncio da madrugada. –AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH! O ODEIO! – Orelha abraçou-me com força e meus soluços me impediram de respirar, mas não me calaram. – EU QUERO QUE ELE SOFRA! QUERO QUE ELE MORRA! Que ele morra... porque... – Cobri o rosto com as mãos. – Porque... Eu o amo, Orelha. -
– O quê?
De joelhos, o segurei pelo colarinho de sua blusa e implorei:
– Me ajuda! Eu amo Bruno desde que ele me tocou pela primeira vez. Me ajuda pelo amor de Deus porque não posso e não quero sentir isso. Estou cansada de ficar mentindo pra mim mesma o tempo todo. –Cai novamente em um pranto sofrido. –Por que ele? Me responde! POR QUÊ? Por que eu continuo presa àquele maldito?
– Eu... – Orelha ficou tão chocado que não pôde fazer nada além de me encarar.
Encostei minha testa no piso e tentei fingir, como muitas outras vezes, que Bruno não era ninguém, mas era impossível ficar indiferente a alguém que se tornara, de muitas formas, o centro da minha existência. Eu não conhecia outra vida, pois só enxergava os laços que me atavam ao passado e ao presente. Tudo parecia girar em torno dele... Tudo. – AAAAAAAAAHHHHHHHHHHH! –Gritei com desespero, tentando fugir de um sentimento doloroso e totalmente inexplicável.

Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora