Capítulo 96

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Coloquei Ana sentadinha no vaso e precisei lhe segurar pelo pescoço para que não pendesse para o lado. Divertindo-me muito, enfiei a mão dentro da minha bolsa transpassada e tirei de lá uma adaga.
– Como eu queria que estivesse acordada. – Ri com vontade. Coloquei a lâmina em sua bochecha esquerda e sussurrei no seu ouvido. – Vou deixar uma linda cicatriz nesse seu rostinho perfeito. Isso se chama “acerto de contas”...
(...)
Sábado, o grande dia.
Acordei por volta das 13:30h me sentido maravilhosa. O Democracy estava completando 100 anos e eu queria mais era comemorar.
Mesmo não tendo aula, vesti meu uniforme, calcei minhas botas favoritas e caprichei na maquiagem. Absurdamente linda, nem comi nada e fui direto pra rua.
Enquanto atravessava vagarosamente os portões de casa com o meu Mustang, avistei Bruno encostado ao seu Volvo no outro lado da rua. Imediatamente encostei o carro e fui até ele.
– Está me seguindo? – Esbravejei abrindo os braços.
– Não... – Tirou os óculos escuros com tranquilidade. – Estou te esperando.
Estreitei os olhos com desprezo.
– Não entendeu nada do que eu falei ontem?
Bruno puxou-me pelo braço e me manteve junto ao seu corpo com uma mão entranhada nos cabelos da minha nuca.
– Entendi muito bem. – Falou possessivo. – Eu te quero e sei que me quer também. Estou cansado de lutar e pensar. Tudo que eu faço dá errado... Não me importo com mais nada. – Havia mais sinceridade em sua voz do que podia imaginar. – O mundo que se dane!
– Você é um idiota. – Sorri torto.
– E você uma filha da mãe que me enche de tesão. – Largou meu cabelo e me apalpou.
Aqueles braços, cheiro, boca, sorriso convencido... Tudo nele me fazia arder e isso era impossível de ignorar.
– É isso que você quer? Sofrer? – Ironizei.
– Adoro como me faz sofrer.
Chupou meu pescoço querendo deixar suas próprias marcas. Naquele momento, não tive dúvidas de que Bruno se envolvera de tal forma que já não se importava com nomes como “Farinha ou Cassandra”. Ele se tornara dependente do meu corpo e presença. De fato, eu achava que há muito tempo ele perdera o senso de normalidade e estava disposto a viver por instinto, como um drogado, sempre rastejando pela próxima dose. Ele estava perdido em mim e eu... em tudo.
– Vamos comemorar a droga do aniversário do Democracy. Conheço um lugar perfeito. – Sussurrou em meu ouvido.
Olhei para o meu carro e lembrei que precisava dele para logo mais.
– Vai na frente que eu te sigo, Falcon.
(...)

Paixão e Crueldade (Adaptação Brutinha)Onde histórias criam vida. Descubra agora