Capítulo 46 | Passos de bebê

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Harry e seus amigos sentaram-se em seu jardim, sob a luz da lua cheia pelo bem de Xerides, e discutiram seus problemas com Severus com um prato de chá e chocolate quente. Estava muito frio no início do ano, mas Xerides gostava do luar, e Harry precisava da paz da natureza para evitar que entrasse em pânico. Ninguém tinha soluções viáveis, e o tempo estava passando.

Ron brincou com um biscoito de mel, seu prato de outra forma intocado pelo poder de sua aflição. "E se você trouxesse um presente para ele?"

Harry deu a seu amigo um olhar sombrio. "Eu tinha planejado, mas o quê? O que é suficiente para compensar o que fizeram com ele?"

A voz de Xerides saiu baixa e hesitante. "Eu acho que não há nada que possa. Tudo o que você pode esperar fazer com um presente é... talvez, mostrar que você se importa e está tentando. Isso não vai curar o passado."

"Dobby está pensando que Mestre Xerides está certo", disse o elfo com um olhar triste. "Presentes não estão consertando isso."

Harry assentiu. "Exatamente." Ele caiu sobre a mesa, indiferente ao frio. "O que em nome de Merlin eu vou—"

Um estalo repentino na mesa logo à frente quase o assustou. "O que...?" Ele parou ao ver um pedaço de pergaminho na mesa. Uma letra. E apenas uma pessoa poderia passar por suas alas para entregá-lo assim.

"S-Severo?"

Seus amigos ofegaram como um.

Xerides sussurrou: "É mesmo?"

"Quem mais poderia ser?" Ron acenou para o terreno. "Ninguém mais pode passar pelas enfermarias à noite, exceto Chloe, Pig e Dekthar, e as corujas não apenas fazem as letras aparecerem."

"Monstro conhece essa magia", acrescentou o síoda. "É do Hippa."

"Hipa?" Harry engoliu em seco. "V-você está aqui?"

Não houve resposta.

"Ela provavelmente está cuidando de Severus," disse Xerides.

"C-certo. Claro."

Hermione se inclinou para frente, os olhos brilhando de excitação. "Bem, continue então! Veja o que diz."

Harry engoliu uma onda de medo e pegou o pergaminho com as mãos trêmulas. Xerides fez uma luz para que ele pudesse ler.

"O-obrigado." Harry respirou fundo algumas vezes para se acalmar e forçou os olhos para o pergaminho. Severus não poderia tê-lo rejeitado, ou ele já estaria morto.

Certo?

Ele tremeu todo. E se não tivesse efeito até que ele lesse ou ouvisse as palavras? Xerides esfregou suas costas e Harry encostou-se ao lado do elfo para se confortar.

"Xeri, você poderia... você poderia ler isso e... e apenas ter certeza de que é seguro?"

Xerides passou os dedos pelo cabelo de Harry e examinou o bilhete. "É seguro."

Harry relaxou contra ele com um suspiro. "O-obrigado. Hum, ficar assim? Isso ajuda, e estou com medo."

O sorriso de Xerides continha uma ponta de tristeza. "Claro."

Harry hesitou. "É ruim, Xeri?"

"Tentei não ler muito os detalhes, Harry, mas acho que não."

"Oh." Harry encostou-se ao amigo e esperou que sua presença ajudasse. Isso acontecia, às vezes, quando as tristezas secretas de Xerides o dominavam. "Estou aqui, ok? Isso não vai mudar."

Xerides esfregou seu ombro. "Eu sei. Vá em frente, Harry."

"C-certo." Com uma respiração profunda, Harry se concentrou na carta.

Tudo para Cinzas - TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora