𝐐𝐔𝐀𝐃𝐑𝐈𝐆𝐄𝐒𝐈𝐌𝐎 𝐒𝐄𝐆𝐔𝐍𝐃𝐎

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42. 🤍Helena Vieira - 🗓Terça - ⏱️17:23 - 📍RJ.

Estou aqui, na minha "antiga" casa arrumando as minhas coisas para levar para a casa do Gabi.

Tem algumas coisas que eu nem lembrava que estavam por aqui.

Tipo, livros na época da faculdade, algumas das várias cartas de amor.

Juro, é tão engraçado ver essas cartinhas, isso era da época de quando eu tinha uns dez ou onze anos de idade.

Pego uma delas, tá escrito meu nome bem grande no envelope e muitos corações.

Abro e pego a cartinha.

"oi helena, eu acho vose muinto bonita que namora comigo? e o pietro
R= Oi Pietro, obrigada mas não"

Cara, os erros de ortografia é tudo! Lembro que esse tal de Pietro era uma peste.

Mas conheço ele até hoje, continua o mesmo, capetinha em pessoa.

O resto das cartas são todas no mesmo sentido: "helena, eu te acho linda, quer namorar comigo?".

Teve um dia na escola que eu fiquei em primeiro na lista das mais bonitas da escola.

Acho essas listas tão bobas! Cada menina tem a sua beleza única, não é uma lista que vai definir o seu tipo de beleza.

Estou encarando as cartas quando duas mãos quentes envolvem a minha cintura.

– O que é isso? - Gabi pergunta.

– Umas cartinhas de quando eu era criança. - falo e ele me abraça.

– Hum. - ele diz claramente com ciúmes.

– Olha que bonitinho. - mostro a carta e ele a lê.

– Eu faço igual e melhor se você quiser. - ele diz e eu rio.

– Você já fez bem melhor. - falo me virando para ele e o abraçando.

Solto ele e me levanto, indo até a onde deixei as minhas coisas.

Pego as malas e as levo até a sala.

Benjamin passa por mim quase voando com o Miranha.

– Vem Miranha, vamo salvar o mundo! - ele diz fingindo jogar uma teia.

Enquanto isso, eu e Gabriel levamos as malas até dentro do carro.

Volto até a casa e procuro Benjamin.

– Filho.. Vem, a gente já tá indo. - chamo e ele vem segurando o cachorrinho.

– Tchau casinha! - meu filho fala acenando para o nosso antigo imóvel.

Saímos da minha antiga casa e a tranco, coloco a placa "vende-se", é triste ver a casa assim.

Pelo fato de eu passar tanta coisa nessa casa, estou aqui desde quando terminei com o Raphael, ou seja, quando engravidei.

Entro no carro a onde Gabi está colocando o Benjamin na cadeirinha.

Já levamos o meu carro lá pra casa dele.

Gabi da a volta no carro e entra no banco de motorista e dá partida no carro.

Começa uma música, pelo bordão com certeza é o Zé Felipe, Gabriel troca de música assim que ouve sua voz.

Eu solto uma risada sincera.

Ele me olha e coloca uma música do flamengo, na qual Benjamin começa a cantar.

– Eu não vou deixar o meu filho ouvir uma baixaria dessa. - Gabi fala e volta ao trânsito.

Realmente, se tirar algumas palavrinhas, o Zé Felipe não existe.

𝐖𝐄, 𝐧𝐨𝐭 𝐘𝐎𝐔. - 𝐆𝐀𝐁𝐑𝐈𝐄𝐋 𝐁𝐀𝐑𝐁𝐎𝐒𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora