Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 3

Chapter 424 Tão perigoso, o anti-herói nunca foi tão atraente 2

Capítulo 424 Tão perigoso, o anti-herói nunca foi tão atraente 2

Não era por ser um estranho misterioso, nem por sua aparência tentadora, por ser forte e talentoso, selvagem ou perigoso.

Embora fossem atributos que pudessem despertar o interesse de uma mulher, o que fascinou Liang, era que aquele estranho com belos olhos exalava liberdade.

LIBERDADE.

Ah, que palavra tão linda... E fora de seu alcance.

Ela pensou que queria ver de perto como era ser livre.

Afinal... Que mal teria em ver?

A grande questão ignorada, era que a cobiça começava com o olhar.

Encerrando sua conversa amigável com a família Fu, ela tentou seguir discretamente aqueles dois homens, como se fosse uma transeunte passando na ruela. Ela era um rosto comum aos locais, ninguém desconfiaria da esposa do Sacerdote Chefe aproveitando um dia ensolarado e ventoso no vilarejo.

Contudo, ela logo deixou a trilha principal se embrenhando por dentro de um arvoredo, o som do rio cortando aquela área se fazendo ouvir não muito distante, quando transpassando o caminho entre as árvores, se deu conta que tinha perdido de vista por completo os dois cultivadores.

Era possível ouvir diversos pássaros nas copas verdejantes e Liang especulou para si, que talvez se subisse numa das árvores, conseguiria a localização deles, não havia como terem ido tão longe, havia um imenso paredão rochoso que encerrava o caminho.

Huan Liang arregaçou as mangas e examinou um dos troncos com o olhar, estalando os dedos como se assim se preparasse para subir, ela respirou fundo contraindo o abdômen e se colocou a subir na árvore.

“Certo, eu fazia isso o tempo todo quando era menina... Não é hora de ser molenga.” — Liang se motivou, arranhando as mãos na casca áspera da árvore, mas a subida exigiu sem dúvida um esforço extra, ela não precisou subir muito para achar o acampamento dos dois cultivadores.

Eram barracas como de acampamento militar e já que havia troncos e lenhas empilhadas, estava claro que eles pretendiam passar a noite, talvez ela pudesse abordar aquele cultivador que trocou olhares no mercado no dia seguinte.

Tentando entrever entre a vegetação, com os pensamentos incessantes, foi apoiar a mão num galho e subitamente foi atacada por um guaxinim raivoso!

O grito do animal soou um alarde em sua mente e quando ergueu o rosto e viu que ele avançava em sua direção com as garras e os dentes, Liang perdeu por completo a concentração e o equilíbrio.

A queda foi inevitável.

Breve e estrondosa, por experiência, ao menos ela sabia cair.

Mas, isso não livrou seu hanfu de se rasgar e nem livrou seu rosto de se sujar de terra.

Brava consigo mesmo, Huan Liang olhou para cima sentindo uma raiva irracional e profunda do guaxinim, mas logo isso deixou de ter importância, quando ela ouviu uma risada que fez seu coração disparar.

Ela esfregou a manga no rosto corado de raiva, sujando-se ainda mais e então... Ali estava.

Encostado em uma das árvores, braços cruzados relaxados com um meio sorriso nos lábios.

Aquele cultivador trajando branco e preto, agora unicamente com a espada em sua cintura.

— Maldito... — Ela cerrou o olhar, ainda no chão. — Do que está rindo?

O homem desencostou da árvore e sorriu contido, havia uma satisfação velada em seu olhar.

— Xiao Jie entendeu errado este humilde... Não estou rindo, estou sorrindo para vossa graça.