Capítulo 414 O junco consumido pelas chamas imperdoáveis do ciúme parte 2
Os dedos lascivos desfizeram a última trança que prendia a blusa e as duas partes se separaram, o tórax de Huan Shui tornou-se desnudo.
Agora era ele que sentia Jun Wu por trás de seu corpo, que tinha sido puxado impetuosamente sobre aquela cama.
Huan Shui não estava pronto para essa mudança de atitude tão brusca, de um Jun Wu introspectivo e atormentado para um Jun Wu lascivo, o olhar de obsidiana macio como a prévia carícia.
O abraço tão forte e angustiado de meio minuto atrás, destoando do desejo transbordante nos dedos cheios de malícia que desamarravam sua blusa.
— Daozhang, não é para isso que viemos ao junco... — Huan Shui refutou baixo, timidamente, uma parte comprida de seu cabelo solto caía por seu ombro no limiar da blusa aberta e da pele nua.
Evidente que estavam muito perto e a cabine tinha a escotilha fechada, aconchegante sob a penumbra, em torno deles apenas o som do mar batendo no casco do junco.
— Sei que não, A-Shui... Mas, estou frustrado e desde que nos casamos, não houve como termos um momento íntimo e...
A mão grande e morna de Jun Wu, aquecida pelo prévio desejo, tocou afetuosa a lateral, os contornos de sua face desprevenida e os lábios dele derramaram-se num beijo demorado em sua bochecha enquanto fechava os olhos, para apenas depois completar num sussurro ardoroso:
— … Pensa que ignoro o que já fez nessa cama com outro? Esse fato me irrita e me excita... Tenho saudades infinitas da sua pele.
Em contrapartida, Huan Shui se arrepiou tendo inúmeras inseguranças, desconfortos e medos incompreensíveis, sua voz naturalmente hesitando perante ao cochicho íntimo, ao toque:
— Por que faz isso comigo?... Há uma razão para cada um não se lembrar do que viveu em vidas passadas: É um fardo pesado lidar com tantas verdades... Eu não tenho mais como esquecer que amei dois homens diferentes nas vidas que tive. Você vai sempre me culpar por um passado que eu não posso mais mudar?
Embora o verniz do desejo ainda continuasse impregnado em todo seu ser, Jun Wu desfez-se parcialmente da sua expressão lasciva, fitando-o complacente e seriamente.
— Eu não culpo A-Shui... Mas, sinto que estou no limiar da minha própria sanidade ao pensar que Bai Wu Xiang pode surgir a qualquer momento... Sim, eu seria irracional, eu destruiria tudo o que ele tocou e estou pensativo sobre esse barco: Como primeiro mestre do junco, este barco deve conhecê-lo melhor do que ninguém... Talvez, o espírito soubesse sobre as cinzas ou sobre a localização de algum covil.
Huan Shui se virou um pouco sobre aquela cama, aconchegando-se contra Jun Wu, não abraçando-o, mas apenas encostando-se contra o tronco dele, ouvindo o coração dele bater tão forte, como se fosse colapsar à face de tudo que sentia.
— Jun Wu... Você não mudou nada, ainda se parece com o Príncipe Herdeiro de Wu Yong, não pense em mim como um reino que pode ser consumido pelo magma... Não se afaste de mim, tentando resolver tudo sozinho.
Tudo que o Daozhang sentia vinha em ondas gigantes que açoitavam continuamente seu espírito e quando ouviu as palavras doces, cheias de calor, sussurrantes de Huan Shui, elas acalmaram parcialmente essa fúria interior, lhe ofertando o entendimento que estando tão consumido por suas infindáveis preocupações, não conseguia viver seu agora.
— E se tem saudades infinitas da minha pele... Eu não poderia estar mais próximo, do que neste segundo.
Não podia fitar o rosto do seu amante, mas a entonação da voz de Shui continha o sorriso suave, o convite amorável, o calor que um confiava ao outro com essa proximidade tão preciosa.
E o brasido do desejo que nem de longe havia se extinguido, retomou sua vontade indômita.
Sem pressas descabidas, seus braços se moveram, suas mãos tateando a parte nua da pele, sentindo a respiração de Huan Shui se tornar mais forte enquanto iniciavam aquele rito em meio ao silêncio de suas vozes.
O corpo de Shui se retesou ao sentir as mãos dele dominadoras em seu corpo, mas a sensação maior foi ter os lábios de Jun Wu em seu pescoço, deslizando tal qual uma sensação esquecida, que há muito ele não experimentava.
A ponta da língua morna correndo pela tez fina saboreando, os lábios pressionando-se em beijos, os dentes desejando as mordidas enquanto suas mãos corriam ansiosas pelos contornos do corpo, tocando-lhe os mamilos... A respiração de Huan Shui logo se tornou um pequeno gemido, a blusa aberta desceu por seus braços.
Ainda havia as lacunas em sua alma, tanta coisa que não lembrava a cerca de Jun Wu, sem ter lembrança de como foram as inúmeras vezes que tinham feito amor, quando seu espírito não estava frágil, amaldiçoado e traumatizado.
A sensação, era de estar conhecendo as facetas de seu consorte na cama, entregando-se ao beijo porque sua mente inquieta queria guardar o caminho sem volta de cada carícia, assustado com a rapidez da entrega sobretudo de seu próprio corpo, aquecendo-se subjugado pela própria excitação, formigando repleto de expectativas.
Jun Wu prontamente fez seu corpo ir contra a cama ao passo que suas bocas estavam fortemente envolvidas em carícias suculentas, entre suspiros e pequenos gemidos escapando entre dentes.
Estalidos generosos entre a maciez carnuda dos lábios.
As mãos dele cada vez mais quentes e precisas, dominantes e exasperadas, despindo seu corpo como se não pudesse suportar esperar nem um milésimo a mais.
Huan Shui se arrepiou desarmado, olhando com desejo tímido seu Daozhang movendo-se sobre seu corpo, mesmo que Jun Wu ainda estivesse vestindo o hanfu escuro com detalhes dourados, podia sentir no modo como se encaixavam sobre a cama que balançava de leve com o barco, a ereção dele absurdamente dura socando as vestes.
Jun Wu mordiscou seu queixo, sua respiração profunda e Huan Shui entreabriu os lábios úmidos, enquanto os dedos dele libertavam seu membro também teso de dentro da calça.
Não conseguiu fazer outra coisa, a não ser abraçar Jun Wu feito um cadeado pelos ombros, beijando-o com tanto ímpeto, que lhe faltava o ar, seu corpo ondulou por baixo dele e subitamente uma luz penetrou pela escotilha fechada.
Foi nesse momento, que Huan Shui o empurrou, não bruscamente usando a palma da mão e se sentou, Jun Wu que estava inclinado e sedento no direção dele, com o negrume de seu cabelo numa desordem selvagem, seu olhar lascivo tinha interrogações estampadas.
Mas, sua voz nem pode inquirir qualquer palavra, Huan Shui sentou-se em seu colo quase o derrubando para trás, a luz que entrava pela escotilha em tom laranja avermelhado transformava Jun Wu num vulto viril e irresistível e, por outro lado, diante do olhar de Jun Wu, fazia a pele e o cabelo de Huan Shui parecer tão místico e etéreo... Como uma rara criatura feita inteira de luz.
Abraçando-o possessivo pela lombar, Jun Wu sussurrou com um olhar previamente devorador:
— A-Shui sabe que luz é essa?...
— O farol... — O rapaz devolveu o sussurro ardoroso, abrindo-lhe com urgência o hanfu escuro. — … Do outro lado da baía... No limiar entre duas praias, estamos inertes no meio do mar...
Jun Wu sequer havia sentido o barco parar, mas seu raciocínio lógico foi largamente sabotado assim que Huan Shui lambeu seus lábios com uma expressão travessa e suas mãos enciumadas, antes sobre a lombar, se afundaram com obstinação lasciva na carne das nádegas.
O hanfu preto desceu por seus braços e Huan Shui arrancou a blusa interna, as peças se perdendo pelo chão...
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Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 3
Fanfic⚠️ Aviso importante ⚠️ Fanfic com temas sensíveis como abuso, gore e tortura psicológica. ◇ Essa é a continuação da Fanfic "Jun Wu A Terceira Face do Príncipe", aqui começamos o último livro dela, o livro 3. Aqui pretendo concluir essa imens...