Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 3

Chapter 432 Presságio na palma da mão, uma noite triste

Pequeno lembrete da autora:

Esse trecho que vocês irão ler, o Huan Shui não viu, porque ele apenas teve acesso às memórias da mãe dele. Essa seria a visão pessoal do Dan Ren, logo depois que ele sumiu dentro da escuridão, da neblina e da chuva. Hoje não teremos combo de capítulos, estou postando este para finalizar o flashback, no próximo voltamos ao tempo presente.

Pequeno Prólogo

Sobre alguém tão pequeno quanto

Não importava se estava escuro, quando olhou pela janela a chuva cair, ficou observando sem contar sua expressão alegre e ansiosa, as gotinhas se misturando com a névoa entre as luzes das lanternas penduradas sob o telhado da casa.

O garotinho nem se lembrou do que sua mãe lhe disse sobre esperar dentro de casa, ele não queria mais brincar mais com ábaco de seu pai, não tinha graça correr com uma pipa dentro de casa e não era a mesma coisa brincar com a jianzi¹ sozinho... Além disso, o foco ainda estava na pequena vara de pesca que tinha ganho no mercado.

Uma banqueta de madeira foi logo empurrada, o som ruidoso no piso de madeira das pernas da banqueta sendo arrastada e o próximo passo foi muito simples, o menino subiu no tampo e se esticou para abrir o ferrolho da porta.

Como o ferrolho não era antigo e a porta estava bem nivelada, mesmo suas mãos pequenas foram capazes de movê-lo e o próprio vento fez a porta desencostar prontamente do portal da casa.

Descendo da banqueta, o menino puxou a porta, uma lufada fria de vento bateu em seu rosto corado e ele fitou mais uma vez a chuva iluminada pelas lanternas externas na varanda coberta, sorrindo... Ele saiu correndo, vez ou outra dando pulinhos como uma perdiz, levando em seu bolso a vara de pesca.

O quintal da morada de sua avó não ficava muito longe, o menino de cinco anos sabia o caminho, porque sempre contava as pedras que demarcavam o chão, desde que seu pai tinha lhe ensinado a contar os números e algumas operações básicas da matemática.

No entanto, ao entrar no quintal, já tendo suas vestes levemente molhadas pela chuva fina, ele não encontrou a poça que esperava.

Em sua ingenuidade, o menino não tinha se dado conta que a garoa não era suficiente para formar poças no chão.

Certo de que havia alguma poça, um pequeno córrego em algum lugar, a criança saiu caminhando numa trilha que nem conhecia.

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Capítulo 432 Presságio na palma da mão, uma noite triste

Ele perdeu no mesmo dia a mulher que amava e o filho que ela carregava no ventre.

E não tinha sido para a morte, era pior.

Ela estava ao seu lado, ao seu alcance, mas Liang o rejeitou friamente, após uma tarde juntos, tendo feito juras, tendo feito amor no chão da choupana.

No entanto, naquele instante, Dan Ren anestesiou-se, tornando-se completamente insensível por dentro, sem mesmo pensar em tudo que o consumia.

Ele precisava não sentir nada para poder se mover pela montanha sem ser percebido, pegar a trilha para descer e desaparecer.

Dentro da escuridão, ele se moveu por trás de moradas ladeadas pela vegetação, era um modo de burlar a segurança feita pelos cultivadores em meio a neblina e a chuva, dentro da noite que parecia ser sua única aliada.

O vento uivava entre as plantações e já não estava tão longe do ponto de declive da montanha, mas sem que esperasse, algo inusitado interrompeu seu trajeto.