Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 3

Chapter 450 Prelúdio da desordem, labirintos na fumaça do incenso

Capítulo 450 Prelúdio da desordem, labirintos na fumaça do incenso

O humor de Jun Wu não estava nada bom.

Assim que voltaram da Caverna do Imortal, Huan Shui pensou em fazer algo para comerem na cozinha e terem um momento juntos que melhorasse o ânimo de seu Daozhang.

Tendo trocado de roupa, foi à cozinha e alguém tinha acendido o candeeiro, porém não havia ninguém à vista, ninguém em casa.

Huan Shui estava achando estranho e pretendendo mexer na dispensa, ouviu alguém fungar.

O rapaz parou e olhou em volta e somente assim notou que Qing Song estava escondido debaixo da mesa antiga de madeira.

Imediatamente, Shui se agachou, porque notou que o menino tinha o rosto machucado, o nariz sangrando, um hematoma roxo debaixo do olho direito e uma expressão muito infeliz e dolorida na face.

— Qing Song... O que houve? Por que está escondido dentro da sua própria casa?

O garoto magro, com as vestes sujas tornou a fungar, seu rabo de cavalo era uma bagunça de fios escuros.

— Eu não queria ter ido na aula... Têm uns garotos maus, eu fiquei bravo... Muito bravo com eles!

Qing Song não sabia se chorava ou se gritava de raiva, mas Huan Shui o tocou com cuidado, querendo persuadi-lo a deixar seu esconderijo.

— Pode me contar... Mas, eu preciso tratar suas feridas, Qing Song. Venha comigo... Por favor.

Um pouco arredio, Qing Song acabou deixando o esconderijo sob o tampo e as pernas da mesa, Huan Shui lavou o sangue do rosto para ter noção da profundidade dos cortes e das lesões, felizmente não havia nada quebrado, mas ainda era preciso fazer um curativo.

Os dois ocuparam as cadeiras, enquanto tratava Qing Song.

— Er'Song... Cadê o Yifu? Ele não deixou nenhum bilhete dizendo onde ia?

— Eu não sei do pai... O mano Sheng me levou até o pavilhão... Foi lá... Aqueles garotos!...

Huan Shui tocou o ombro do menino com carinho, a fim de acalmá-lo, colocando uma compressa sobre a parte inchada por baixo do olho.

A voz de Shui soava cheia de compreensão e paciência.

— Não se agite, Qing Song... Os garotos implicaram com você? Parece que foi uma briga séria.

— Eles sempre falam mal de Xing Ye... — O garoto retrucou baixo e aborrecido. — Mas, hoje eles te chamaram de manga cortada!... E zombaram de mim, quando eu disse que era meu irmão... Eu também bati neles... Só que... Eles eram três e eu só um.

Huan Shui não pode evitar de se sentir culpado, ele soltou o cabelo de Qing Song e arrumou a bagunça com os dedos, tornando a prendê-lo num rabo de cavalo alto.

— Qing Song... Deixe que falem, não vale a pena brigar por minha causa... Você ao menos sabe o que é manga cortada?

O garoto fez uma careta, desviando o olhar.

— Não sei bem... Mas, eu sabia que 'tavam xingando... Eu não entendo porque as pessoas daqui são tão maldosas com o pai e com você. Xing Ye... Eu não quero mais tê aulas, até a professora acha que sou burro.

As feições de Shui eram preocupadas, as palavras lhe faziam mal e sem soltar a compressa na parte inchada abaixo do olho, ele replicou baixo e complacente:

— Não, você não é burro... Falta sabedoria à sua professora e talvez, lhe falte um pouco de interesse nos estudos. Eu sei que Qin Song é capaz de realizar coisas maravilhosas, se quiser... Não é você que me ensinou junto com nai nai a linguagem de sinais? Eu não teria aprendido sem você.