Chapter 463 Rituais para ciclos que terminam e para ciclos infinitos 1

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Arco final Capítulo 463 Rituais para ciclos que terminam e para ciclos infinitos 1

Vinte e nove de maio

Montanhas de Anhui

Final de tarde

Já que o cavalo preto que era pelo menos dez anos mais velho se chamava Tian Shu, que significava o nome de uma constelação, então o cavalo marrom claro foi rapidamente nomeado Chen Xing, os ideogramas do nome significam estrela da manhã.

Como Chen Xing não estava acostumado a ser montado, Huan Shui achou melhor que se acostumasse ao peso de um adolescente e como gratificação pelo esforço, de tempo em tempo ele oferecia um bom pedaço de cenoura, isso evitava que o equino ficasse de mal humor e estranhasse demais a situação.

Jun Wu aproveitou que seu marido e seu filho fantasma estavam se divertindo com o novo cavalo e entrou em uma venda que tinha todo tipo de mercadorias decorativas e coisas para o lar.

A loja tinha uma posição conveniente, porque mesmo que ele conversasse com a vendedora, tinha uma boa vista para rua.

O Daozhang não queria perder Huan Shui de vista, sabendo o quanto podia ser efêmero aquele momento feliz, tão despretensioso.

Tentando ser breve, comprou o que pretendia e a última parada, antes de retornarem por caminhos vicinais, foi uma pequena casa de chá à beira da estrada de terra.

Os três voltaram pela trilha, subindo a montanha entre a floresta, conversando e comendo Chun Juan*, conduzindo seus cavalos.

Assim que retornaram, Tang Shi pediu para cuidar dos cavalos, ele quase nunca dormia dentro da residência, durante a noite tomava a forma de Baobei e ia dormir no estábulo, em cima do pelo viçoso e curto de Tian Shu.

*************

Era um ritual que o seguia por cinco meses, aquele era o sexto.

Todo dia vinte e nove, de cada mês... Jun Wu ia até a beira do barranco em Sichuan e acendia uma lanterna, deixando que ela voasse e se perdesse no céu.

Contudo, a cerca de quinze dias, ou quase isso, tudo havia mudado e seus sentimentos e motivações não eram mais ou mesmos.

Enquanto o sol estava se pondo, colorindo o rio largo com suas cores difusas, ele chamou Huan Shui para irem até às margens, onde o rapaz havia cochilado mais cedo.

Tal como na ocasião que foram à caverna do Imortal, Jun Wu pediu para o jovem deus fechar os olhos no trajeto em declive, ao passo que faziam o caminho de mãos dadas.

Huan Shui tinha vontade de espiar as cores do pôr-do-sol, essa curiosidade ele até podia conter, mas desde que Jun Wu tinha saído da loja na Aldeia Hong, fez bastante mistério do que tinha comprado, desviando do assunto toda vez que tentava sondar.

Nem bem haviam chegado, enquanto levavam os cavalos ao estábulo que Jun Wu tinha recentemente reformado, o Daozhang pediu para Tang Shi ir até à beira do rio, cochichando algo na orelha do menino.

Tang Shi obedeceu e voltou poucos minutos depois.

O jovem deus deu mais dois passos, ouvindo o som do rio e Jun Wu apertou de leve sua mão.

— Pode parar aqui, A-Shui... Abra os olhos.

— Não estamos no rio onde eu cochilei mais cedo? — Huan Shui perguntou, antes de abrir os olhos.

— A-Shui por acaso espiou? — Jun Wu riu e sussurrou, provocante.

O rapaz sorriu levemente irônico e abriu os olhos.

Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora