Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 3

Chapter 419 Conversas no silêncio, algumas verdades são insustentáveis parte 1

Capítulo 419 Conversas no silêncio, algumas verdades são insustentáveis parte 1

O convés da Traineira He Tun se coloriu de nuances quentes.

Dourados, alaranjados, avermelhados despontavam no horizonte.

Fu Sheng não tinha dormido nem duas horas, mas ele estava contente de ver pela primeira vez a aurora, o sol nascendo furta cor da proa do barco junto com Shu Rong e Qing Song, enquanto cobria completamente a água salgada cintilando em ondas sutis.

Outros barcos retornavam da pesca noturna naquele início de manhã.

Ainda era muito cedo, quando o barco tornou a atracar próximo à margem, quase junto a faixa de areia.

Normalmente, Shu Rong iria direto ao mercado na vila com o pescado fresco, mas ele preferiu levar Qing Song e Fu Sheng para casa, ele mesmo fez um desjejum e durante o processo Huan Shui apareceu para ajudar a fazer a primeira refeição do dia.

Durante a conversa à mesa, Shu Rong estabeleceu que Qing Song e Fu Sheng deviam ir descansar e tomariam banho assim que acordassem, Huan Shui quem iria com ele até o mercado vender o pescado.

Qing Song e Fu Sheng bem que trocaram olhares na intenção de protestar, mas naturalmente não era preciso ter voz para impor sua vontade, o pescador insistiu com seu gestual incisivo e ele e Huan Shui saíram logo depois.

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A fase da Lua até que tinha favorecido e a pesca tinha sido razoável, no entanto, ao chegarem no mercado no coração da vila, conseguiram vender apenas parte do pescado.

Havia uma resistência por parte dos comerciantes, rondavam rumores que pessoas estranhas andavam entrando e saindo rapidamente daquele sítio, após visitarem de forma misteriosa a morada da família Shu.

A culpa era atribuída ao jovem vadio que tinha chegado em condições duvidosas na praia azarenta em março daquele ano.

Vila de Pescadores Long Dun não era muito devota a deuses desde que não havia mais um deus da Água Tirânica, a raiva e o desprezo se instauraram, grande parte se sentiu traída, deuses se tornaram um conceito merecedor de repúdio.

Não havia mais nenhum templo dedicado a deidades naquela área.

E se estranhos chegavam do nada e sumiam da mesma forma, somente poderiam ser deuses, demônios ou entidades não relacionadas ao Reino Mortal.

Era fácil de entender que, um mortal que tinha ligação com os Reinos Celeste e Fantasma, também seria largamente repudiado.

Shu Rong ouviu os comentários, mas ignorou serenamente cada um deles e apenas se focou em vender o fruto da pesca feita na madrugada, comprou alguns víveres que precisava e voltou para praia que morava com Huan Shui.

Já que tinham voltado para casa com parte da pesca, a refeição mais tarde seria garoupa refogada com gengibre, cebolinha, pimenta e erva doce, em grande quantidade.

Huan Shui não estava sereno como aparentava Shu Rong, mas ele não sabia como transmitir o que pensava e já estava a um bom tempo calado, fechado em si mesmo, enquanto ajudava o pescador a preparar a comida na modesta cozinha.

Em certo momento, enquanto os dois limpavam os peixes das escamas, as brânquias e as víceras, Shu Rong deixou a faca sobre a tábua de bambu e cutucou o ombro de seu filho adotivo, assim que Shui olhou, interpretou os gestos:

"Aquele seu Daozhang... Ainda meditando para fazer circulação de Qi¹?"

Tendo a mente muito inquieta, nem esperava que Shu Rong perguntasse justo por Jun Wu, que andava cultivando nos rochedos de Xin Yuan para aumentar seu poder espiritual.