Chapter 477 O gostar e o proteger elevados ao infinito

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Arco final Capítulo 477 O gostar e o proteger elevados ao infinito

Entre vinte e nove e trinta de maio

Montanhas de Anhui

Jiang Nan

Ainda quando estavam no dia anterior, durante a noite do vigésimo nono dia, haviam trocado algumas carícias sobre a cama de casal do quarto.

Depois de deixarem as lanternas aquáticas luzindo com mana nas águas do rio, Jun Wu levou Huan Shui para casa, os dois comeram algo simples juntos após trocarem as roupas molhadas e mesmo que Huan Shui não estivesse bem de saúde, um queria sentir o outro... Nem que fosse um pouco.

Havia apenas uma candeia acesa no móvel ao lado da cabeceira, era uma noite de primavera fresca, então Jun Wu puxou uma colcha sobre os dois e com seus corpos de lado, sob a leve luminosidade que dançava, trocaram olhares no silêncio tendo a mesma vontade.

Ainda no rio, Shui tinha tocado o peitoral, seus dedos ficaram levemente dormentes quando sentiram os mamilos de Jun Wu por baixo do tecido e em contrapartida, Jun Wu sentiu-se tomado por uma intensa luxúria quando o jovem deus sentou em seu colo.

Contudo, o deus menor acariciou a bochecha do rapaz com o indicador e polegar, com certo zelo.

— Eu vou devolver o mana que A-Shui utilizou nas lanternas... Mas, não me deixe ir muito longe.

— Que injusto... — Huan Shui riu baixinho, deslizando a ponta de seus dedos na pele do pescoço de seu marido. — Eu que tenho que escolher quando parar?... E se eu não quiser parar?

Jun Wu esquadrinhou-lhe o rosto na quase penumbra, segurando até sua respiração.

Sua voz grave era um pequeno sussurro.

— A-Shui... Não é boa ideia forçar seu corpo fragilizado com penetração. — Ele replicou afagando com gentileza a testa dele. — Precisa melhorar.

— É?... — O rapaz baixou seu olhar, seu semblante fechando-se ligeiramente. — E se eu não melhorar? E se algo acontecer?... E se...

Dois de seus dedos se colocaram sobre os lábios de Huan Shui, não queria ouvir aquelas palavras tristes.

— A-Shui... Não sugira como se devêssemos fazer isso pela última vez. Sabe de algo que eu não sei?

O rapaz de vinte anos se recostou contra seu corpo, querendo se esconder dos próprios pensamentos ruins.

— Não é isso, Daozhang... — Huan Shui rebateu cada vez mais baixo, desamparado. — Eu te amo... É a minha única verdade.

Embora Huan Shui estivesse refugiado contra seu corpo, com a cabeça sobre seu queixo, Jun Wu olhou para baixo buscando mirar-se em seu marido, se fosse no tempo em que Huan Shui era apenas um cultivador no templo de cultivo silencioso... O quanto seria difícil ele dizer que amava com tanta naturalidade.

Evidente que o Feitiço do Esquecimento não permitia que o próprio Huan Shui lembrasse de sua dificuldade em assumir seus sentimentos mais profundos em viva voz.

Jun Wu o abraçou e de um modo um tanto enviesado, os dois tornaram a se olhar.

— Huan Shui... — Sua voz o chamou com profundidade cava e amorosa. — É por igualmente te amar que eu preciso te proteger...

Seus olhos castanhos com um brilho de mel percorreram a face de Jun Wu e todo o conjunto que era aquele cenário amoroso, lhe causou um sorriso leve e trêmulo.

— Então... Proteja-me com seus beijos.

Não havia como recusar um apelo tão genuinamente doce.

Numa atitude imperativa, Jun Wu apertou seus lábios contra os dele, num estalido que se multiplicou em vários, se desdobrando em carícias crescentes... Os lábios de Huan Shui abriram-se suaves para os seus e junto com a maciez luxuriosa de sua língua, o Daozhang o preenchia com poder divino enquanto prolongavam aquele beijo.

Suas respirações descompassadas, seus corpos encaixados sob a colcha, o movimento era lânguido, suas mãos se perdiam em vontades deliberadas.

Jun Wu podia estar bastante excitado e não apenas nessa noite, ele guardava o frêmito, o desejo ardente há dias, mas ele também estava muito atento aos limites de seu jovem marido.

Ao ar que facilmente lhe faltava, mesmo que Huan Shui suspirasse de prazer.

As mãos dele que ora o agarravam e procuravam acaloradas, mas subitamente perdiam o vigor como se os dedos estivessem convulsionados em cãimbras e ele por vezes perdesse o controle do toque.

Jun Wu o beijou, doando-lhe o mana, até deixá-lo dormente de exaustão.

Os poros em polvorosa, formigando.

Ainda que suas ereções se cutucassem ocultas na roupa, num certo instante, seus lábios se apartaram, o olhar de Huan Shui estava claramente dividido entre a lasciva e a dormência extenuante.

Desde que o rapaz estava em seu colo, os dois dentro do rio, ele já estava cansado, aconchegado em seu ombro como uma espécie de travesseiro.

Dessa forma, Jun Wu que ainda o abraçava, entregou-lhe um beijo na testa, arrumando levemente a bagunça de fios terracota com os dedos queimando de excitação:

— A-Shui, vire-se... Precisa descansar agora.

— Você... Vai abraçar minhas costas?... Vamos dormir de conchinha?...

Era um pedido sonolento, fragílimo e complicado, o quão difícil era acalmar os desejos tendo sua ereção justo recostada contra a lombar e as nádegas de Huan Shui.

Respirando com força por conta do calor insano que recobria seus poros, Jun Wu concordou entregando-lhe um último selinho nos lábios úmidos e avermelhados de tanto beijar.

— Como A-Shui desejar.

Convencido pelas palavras carinhosas, Huan Shui virou seu corpo ainda envolvido por Jun Wu, dando-lhe as costas, se ajeitando sobre a maciez da cama, o jovem deus fechou os olhos, seus cílios desceram juntamente com as pálpebras... Vencido e apaziguado.

Jun Wu respirou profundamente, como se buscasse muita força de vontade, um autocontrole que definitivamente ele não tinha naquele instante.

Por conta disso, certificou-se que seu marido dormiu, completamente entregue a fadiga do corpo e afastou-se devagar, desfazendo a conchinha, o abraço protetor.

Rezando para que Huan Shui não sentisse o distanciamento.

Jun Wu se sentou na cama e puxou sua espada de jade negro, que estava encostada no móvel onde estava a candeia ardendo num chama pálida.

Deixando Fang Xin em seu colo, fez um esforço sobre-humano para se acalmar.

Suas costas contra a cabeceira da cama, suas pernas em lótus, ele olhou para a sombra das ramas projetadas na janela.

Repetindo em sua mente um mantra antigo na língua nativa e extinta de Wu Yong.

Fechando os olhos, controlando sua respiração.

Ele precisava deixar Huan Shui descansar, já que tinha passado inúmeras noites em psicose em razão de sonhos e alucinações, praticamente à beira da loucura.

A única questão, tão grave... Era justo o que ignorava.

Se Jun Wu soubesse...

Nas próximas horas, Huan Shui não despertaria.

Não abriria os olhos ao amanhecer.

Não abriria os olhos ao amanhecer

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Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora