⚠️ Aviso importante ⚠️
Fanfic com temas sensíveis como abuso, gore e tortura psicológica.
◇ Essa é a continuação da Fanfic "Jun Wu A Terceira Face do Príncipe", aqui começamos o último livro dela, o livro 3.
Aqui pretendo concluir essa imens...
Prólogo do capítulo 459 Somos ideais, escolhas e caminhos
O sol estava se pondo naquele vigésimo quinto dia de maio, a carruagem havia deixado Guang Ming.
Enquanto os cavalos descansavam de fronte a um estábulo local ficava a Estalagem Yue Hei [N/A: noite sem lua], os dois homens que andavam enfastiados da companhia um do outro, passaram pelo Hall de entrada da hospedaria à beira da estrada, o estalajadeiro juntou as mãos e sorriu.
— Marquês Jing Hai, quanta honra... Já pretende retornar?
Fu Sheng que estava um pouco atrás, um tanto aborrecido e cansado, não entendeu bem a quem o estalajadeiro estava se referindo e entendeu menos ainda, quando Hulang é quem respondeu à saudação.
— Aparentemente estou fazendo o caminho de volta, no entanto... Ainda não tenho certeza do meu próximo destino. Espero que haja quartos disponíveis para esta noite.
— Oh, mas o Digníssimo Marquês tem companhia? — O estalajadeiro virou um pouco o corpo, vendo o cultivador mais novo logo atrás. — Espero que não seja um incoveniente termos apenas um quarto disponível, por ventura o aposento é espaçoso o suficiente para garantir o conforto de ambos.
O semblante de Hulang recaiu numa expressão azeda e Fu Sheng soltou uma interjeição de desaponto.
Não bastasse viajar por horas dentro da carruagem, ainda iam ter que dividir o mesmo quarto?
Não era possível, que azar desonroso... Sua sorte deve ter sido levada pelo mar na Vila Long Dun, ou ficado com Shu Rong na despedida.
Era verdade que o quarto era espaçoso, mas apenas tinha uma cama e uma esteira de palha trançada coberta de almofadas macias, um trocador de roupa, dois móveis destinados a guardar bagagem e objetos dos hóspedes.
Fu Sheng não se segurou quando viu uma única cama, ele retrucou meio que para si:
— Eu pedi para ser castigado? Nem ferrando que eu divido a cama com alguém como você.
Hulang tinha entrado na frente, ele nem se deu ao trabalho de se virar:
— Você que quase implorou para te trazer na carruagem. — O homem mais velho cuspiu entre dentes. — Prefere seguir a pé amanhã? À vontade, me faça esse imenso favor.
O que rebater? Era verdade, Fu Sheng tinha se intrometido na conversa apenas para pedir uma boleia até as proximidades de Zhen Yan, fosse para o bem, ou (mais possivelmente) para o mal... Hulang não tinha negado, nem aparentado má vontade.
Sentindo-se emburrado, Fu Sheng encarou aquele monte de almofadas bordadas e acabou se jogando entre elas em meio a um suspiro nada resignado.
Ao passo que Hulang sentou-se na beira da cama que era grande e confortável o suficiente para caber os dois, ele descalçou os pés das botas escuras, quieto e introspectivo.
O cultivador mais novo facilmente se sentia um fantasma, totalmente ignorado.
Num gesto compenetrado, Hulang caminhou descalça pelo cômodo e acendeu uma lanterna fixa no chão em formato de torre retangular, o princípio na noite se anunciando nas janelas.
A claridade pálida se projetava pela superfície cor de pele da luminária, Fu Sheng encostou sua espada dentro da bainha ao lado da esteira, fazia um tempo que estava seguindo o outro homem com o olhar.
— É sério o que o estalajadeiro disse no hall? — Fu Sheng quebrou a ausência de palavras subitamente, ainda na defensiva. — É um membro da Nobreza?
— Sou, Jing Hai é meu nome de cortesia.
— Como que isso foi acontecer? Shu Rong e você sendo do mesmo clã, parceiros de cultivo... E vinte anos depois, ele se torna um pescador desconhecido com alguns livros e um barco, torturado... Enquanto você, leva a vida de um membro da nobreza, viajando com uma carruagem luxuosa.
— Pode me julgar, não sabe absolutamente nada sobre mim. Tão pouco sobre Dan Ren... Ao não saber nada sobre a pessoa que você gosta, com que direito pode encontrar um culpado?
Fu Sheng estava sentado com as costas contra parede, as pernas dobradas diante do corpo, abraçando uma das almofadas com o olhar cheio de interrogações e inseguranças no homem mais velho.
— Quem foi o culpado? Sei que há cicatrizes nas costas de Shu Rong, ele não me deixa ver, tem vergonha delas... Quem fez algo tão horrível?
— Eu poderia dizer 'Bai he', poderia dizer 'Jin Shan', poderia dar vinte outros nomes... Porém, são as escolhas que nos fazem, já pensou? Imagine que está seguindo e você encontra dois caminhos possíveis... Ao olhar para eles, os dois parecem uma escolha banal, mas o que você ignora... É que em um deles está o amor de sua vida, no outro não há nada além de pássaros voando sobre a via.
Sem fazer maiores comentários, de pronto Fu Sheng entendeu que se encarasse uma decisão com banalidade, toda a vida poderia ser comprometida.
Então, ele se lembrou de quando Bai Wu Xiang apareceu em Zhen Yan como um fantasma Yin.
Foi Fu Sheng que insistiu que tanto ele, quanto Chang An Lifen, deviam ajudar nas buscas, parecia ser o certo a fazer.
Chang An tinha outros planos, ele tinha se prontificado a ensinar noções de olaria para as crianças do vilarejo.
Mesmo assim, seu companheiro aceitou ir naquela missão com um sorriso que ele oferecia para poucos.
Mas... Depois de tudo, aquela era a via errada.
Onde os pássaros voavam pela via, enquanto a vida de Chang An era ceifada...
Fu Sheng não conseguiu dizer nem mais uma palavra pelo resto daquela noite.
Dormir também se tornou uma missão difícil.
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