Arco final Capítulo 473 Nem o tempo extingue o desejo, as brasas não se apagam 2
Hulang vagou com seu olhar em cada pedacinho da face e se fixaram especialmente nos lábios úmidos pela água doce do cantil... Em sua vida, ele teve alguns ímpetos sensuais secretos.
Mas, nunca um ímpeto tão intenso como agora, em nada secreto e impossível de esconder.
Seus lábios tão perto de se tocarem, quando gotículas frias se derramaram aos poucos pingando em seus rostos e lábios, ficando mais forte, simplesmente desabando sobre os dois.
Fu Yan sussurrou “Chuva...” e puxando Hulang pela mão, sugeriu com a voz desconcertada que era melhor se abrigarem.
Os dois correram para a barraca, mas se lembraram que dentro dela estavam os arcos e aljavas, flechas, as facas e punhais ainda sujas de sangue e vísceras.
Numa sangria desatada, correram um pouco mais que um Li e se abrigaram numa pequena gruta com teto baixo, o espaço um pouco apertado para os dois homens com boa massa muscular, corpos definidos e desejos revolvidos em pandemônio.
— Nem tinha muitas nuvens no céu... Como foi chover assim?
Fu Yan perguntou meio que para o próprio temporal que tinha desabado, tentando não pensar que ainda estavam tão próximos, tão encostados um no outro, seu nervosismo tornando-se óbvio.
Hulang não disse nada de imediato, ele estava um pouco atrás e seu olhar vagou por um pedaço de nuca que se entrevia pelo cabelo negro molhado, as costas de Fu Yan com o hanfu pincelado de chuva.
Sussurrando após deixar somente a chuva de primavera se pronunciar:
— Está tremendo... Está com frio?
Fu Yan apertou as pálpebras, a voz atravessando seus sentidos fez seus ombros endurecerem de tensão e sua voz escapou falha.
— Estou bem...
Evidente que parecia o oposto e ao ver a mão de Fu Yan segurando na beira da pedra da gruta, viu os fios de sangue pingando pelos dedos.
— Sua mão... Está sangrando. Quando se feriu assim?
Fu Yan olhou transtornado para o sangue pingando como o início da chuva, isso o fez lembrar de pronto de seus rostos, suas bocas quase se tocando.
— Não é nada sério...
Nem um pouco convencido, Hulang puxou a mão que antes tocava a pedra antiga da gruta e naquele aperto, ouvindo a chuva abundante cair, estavam um de frente para o outro.
Ele examinou a mão e os dedos, o tremor também estava instaurado nessa parte, tentando não se ater ao nervosismo de Fu Yan, determinou onde estava os ferimentos.
— Tem uma farpa grande debaixo de uma das unhas e talvez outras menores... É preciso espremer o corpo estranho, ou vai infeccionar.
Hulang não expressava tristeza quando falava de seus erros e desventuras antigas, nem se enervava com facilidade e mesmo sua voz soando ao examinar seus dedos, era racional e fria, apesar de cuidadosa.
Fu Yan estava terrivelmente constrangido com as sensações que o assolavam, ele se sentia como uma carpa nadando no sentido oposto da correnteza, tão exaustivo e necessário.
— Faça o que for preciso...
— Feche os olhos e se concentre no som da chuva... Vai doer menos assim.
Parecia bom, por isso Fu Yan assentiu e obedeceu sem hesitar.
Embora, ele preferia se concentrar na dor, para apagar as vontades impróprias da mente.
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Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 3
Fanfic⚠️ Aviso importante ⚠️ Fanfic com temas sensíveis como abuso, gore e tortura psicológica. ◇ Essa é a continuação da Fanfic "Jun Wu A Terceira Face do Príncipe", aqui começamos o último livro dela, o livro 3. Aqui pretendo concluir essa imens...