Chapter 505 As primeiras recordações de uma nova vida 3

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Capítulo 505 As primeiras recordações de uma nova vida 3

Ainda tendo seu corpo contra as costas de Shu Rong, seus narizes se esbarraram, viu aquela doce incandescência nos olhos dele e engoliu a saliva acumulada na boca, porque sabia que havia um ímã inevitável que unia com vontade desmesurada suas bocas...

Sua respiração acelerou só de imaginar o beijo, aliás beijar se tornava pouco.

Toda vez que suas bocas se tocavam um desejo submergia à tez, fazendo a pele se aquecer, os sentidos enternecidos como uma bússola descontrolada.

Era como o beijo de despedida que tinham trocado na casa praiana em Long Dun, Fu Sheng o envolvendo por trás, suas bocas trocando carícias por cima dos ombros, mas dessa vez ninguém iria embora, não havia como frear a vontade das mãos.

No entanto, quando Shu Rong percebeu que Fu Sheng estava desatando suas vestes para descer o tecido por seus ombros, o puxou abrupto e de jeito, era um golpe de arte marcial que de um segundo para outro, fez o cultivador mais jovem praticamente voar por cima de corpo e Shu Rong o segurou com firmeza em seus braços.

Fu Sheng nem de longe esperava tal atitude, ele desabou nos braços torneados ocultos pelas mangas do hanfu e fitou Shu Rong, com um fascínio e espanto.

— Dan Ren... O que quer impedir?... Do que você tem medo?

O brilho nos olhos de Shu Rong oscilou ao fitar Fu Sheng em seus braços.

“Quem disse que eu tenho medo? Somente não quero que me ache repulsivo.”

Fu Sheng sorriu de lado, afagando-lhe a face, sentindo a barba rala espetar as costas de sua mão, enquanto sua voz baixa soava amiga:

— Não tem como isso acontecer... Não seja assim... Me deixa despir você.

Era como se o ar saísse de mal jeito de seus pulmões, seu suspiro breve e torto quando Shu Rong tocou com a ponta do indicador um pouco áspero os lábios de Fu Sheng, considerando o pedido.

E o cultivador mais novo beijou o dedo, sorriu por baixo dele ao segurar-lhe a mão.

— Eu esperei tanto por isso... — Fu Sheng admitiu, a voz entre o tímido e o atrevido, corando inevitável. — Quero tanto vê-lo nu... Imaginei seu corpo cada vez que tomava banho sozinho, nesses últimos dez dias.

Um tom lascivo escapou na última sentença e foi Shu Rong que ficou um pouco atordoado ao imaginar o que esse cultivador pervertido fazia no banho imaginando seu corpo, talvez por não saber lidar com as próprias sensações e pudores, ele soltou Fu Sheng e se colocou de costas para ele mais uma vez, desamarrando o hanfu que trajava ao passo que encarava a parede.

“Se quer tanto assim... Tire a roupa, mas não pense que será uma visão agradável.”

A voz que pairou em sua mente soou ligeiramente trêmula, baixa e melindrosa. Fu Sheng estava certo que Shu Rong estava se sentindo vulnerável diante do pedido e na verdade, estava tentando se manter contido, como se tivesse medo de ir longe demais... Inseguro com relação ao sexo com outro homem.

Fu Sheng tratou de se mover cuidadoso na cama, descer devagar a parte de cima do hanfu desamarrado, o tecido foi descendo pelos ombros, a pele queimada de sol por muitas estações.

A cor trigal ganhou nuances douradas sob a luz da lamparina e Fu Sheng encostou os lábios no ombro, sentindo o calor, depositando pequenos beijos na cútis.

Sua mão desceu ainda mais o hanfu pelo braço e aquelas cicatrizes subiam e desciam marcadas nas costas junto com a respiração.

Por um momento, Fu Sheng que prendeu a própria respiração.

Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora