Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 3

Chapter 552 Sobre o pacto de alma, as promessas e o segredo 1

Capítulo 552 Sobre o pacto de alma, as promessas e o segredo 1

“Nascer não é começar, morrer não é acabar.” - Lao Tse

Sete de junho

Meados da madrugada

Província de Anhui

Faltava pouco, alguns dias à frente para a chegada do verão e naquela madrugada, o paredão de nuvens chorou na forma de chuva.

Em dado instante, ouviu o som das gotas contínuas de chuva batendo contra a janela e claro que o vento estava lá, fazendo as árvores no entorno farfalharem alto dentro do silêncio matutino.

Primeiro o som da chuva, depois... O frio em seus braços.

O frio lhe dando margens para pesadelos, sua mente afundada no caos ao perceber vagamente que sua alma estava presa num corpo.

Seu corpo se moveu, havia uma leve rigidez em seus músculos e um cansaço que lhe dava a sensação que estava afundando, tragado pela areia.

De repente, abriu os olhos, tocando o próprio peito, apertando o tecido suado das vestes.

Havia um coração batendo, era medonho.

Seus dedos tensos, suando frio também tocando seu rosto, a confirmação do pior elevando o amargor em seu íntimo.

Sua respiração tomada pela sensação do horror em se reconhecer num corpo mortal.

Seu cabelo cobria parte de seu rosto deformado, era difícil enxergar dentro da penumbra, entre os fios desordenados.

Sua percepção borrada diante de como seu antigo eu percebia o mundo à sua volta.

Era agoniante, sua cabeça doía e seu estômago se contorcia vazio.

Fechando os olhos, rezou para que isso fosse uma espécie de pesadelo, que em breve se reduziria a nada.

No entanto, uma voz dentro da penumbra, soando entre o som da chuva e do vento, quebrou violentamente sua expectativa.

— Ah... Finalmente, você acordou.

A voz conhecida o fez sentar imediatamente na cama, o que lhe causou uma severa tontura.

Cabisbaixo, teve que apoiar a própria testa com a mão e em seguida, o dono da voz apoiou seu corpo intensamente perturbado, sentando-se na beira da cama.

— Como pode ser?... — Ele teve o impulso de perguntar, sua voz estava lamentavelmente perdida.

— Volte a deitar, se não você não se sente bem. — O sacerdote orientou, tentando conduzi-lo para posição de repouso.

Mas, não... Era impossível tornar a deitar resignado, respirando como nunca imaginou tornar a respirar, Lao Shi tentou escapar da tontura e espiou Shan Ling, que segurava em seu corpo, apoiando suas costas.

— Não parece surpreso... — A voz de Lao Shi soou rouca, um pouco irritada. — Já sabia que isso poderia acontecer?...

— Eu não tinha certeza... Não era uma hipótese provável, mas também não era totalmente descartável... O pacto que fizemos pode ter influenciado, apesar do demônio ter desaparecido... Sua alma continua atrelada à minha.

Lao Shi ainda estava um pouco cabisbaixo, deixando seu cabelo em desalinho esconder o lado que considerava horrendo de seu rosto, sua expressão visível consideravelmente sombria.

Sem poder evitar de mirar-se na parte agora vazia da cama, onde antes estava Huan Shui.

— E os outros?...