Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 3

Chapter 496 O fim de dez dias sem você parte 2

Capítulo 496 O fim de dez dias sem você parte 2

Partindo de sua choupana no terreno da família Fu, até a entrada do vilarejo, a caminhada a pé durava um pouco mais que dois incensos.

No entanto, Fu Sheng mal notou que fez o trajeto em tempo recorde, porque o caminho nunca lhe pareceu tão longo!

Assim que chegou nos limites da entrada do vilarejo, avistou ainda a certa distância Shu Rong parado perto da grande carroça, os dois bois descansando após a extenuante subida e em seguida viu Qing Song ajudando o pai a se comunicar com Lao Zhuang, mercador antigo daquela área, conhecido por alugar montarias e viver de pecuária.

Por um momento, Fu Sheng parou e observou, ele não fazia ideia o que um morador antigo tinha para conversar com um desconhecido que tinha acabado de chegar e que ainda por cima estava detido na entrada do vilarejo, tal qual alguém ilegal e impróprio para aquele lugar.

Somente quando percebeu Lao Zhuang se afastando, é que se moveu e não demorou para que o olhar de Shu Rong encontrasse o seu.

Qing Song abriu um sorriso, arregaçando as mangas da sua roupa simples de pescador, ele parecia ainda maior do que a última vez que tinham se visto.

— Mano Sheng! — Qing Song acenou enquanto o cultivador se aproximava. — 'Cê 'tá bunito demais! O pai e eu sentimos sua falta!

Era real, não havia dúvida, mas ainda assim... Era inesperado.

Fu Sheng chegou perto o suficiente para ser levemente abraçado por Qing Song, era um daqueles instantes desajeitados e seu olhar voltou a cruzar com aquele olhar castanho incandescente de Shu Rong, tendo aquela barba de quando o conheceu cobrindo parte do rosto e o cabelo dele preso num coque displicente e frouxo com seu hairpin prateado, fios soltos em torno do rosto maduro e viril.

Por um momento, Fu Sheng não pôde deixar de notar o diferencial da espada presa à cintura dele e do outro lado um alforje pendurado junto ao corpo, anteriormente não se lembrava de Shu Rong armado tal qual um cultivador.

Esse, por sinal, foi o único instante em que seus olhares se separaram e com uma notória satisfação contida, Shu Rong gestualizou algo e Qing Song tratou de traduzir a linguagem de sinais em seguida.

— O pai espera que não tenha causado problemas ao mano Sheng... Chegar sem avisar.

Fu Sheng abriu um sorrisinho, sua mão afagou a cabeça do garoto.

— Não, claro que não, Qing Song... E mesmo se fosse o caso, eu estaria feliz demais para chegar a me importar. Por que o mercador Lao Zhuang abordou vocês?

Em verdade, a presença da carroça puxada pelos bois e de seus viajantes tinha atraído a atenção de um bando de curiosos, havia várias pessoas perambulando pela área, a maioria olhando para a mesma direção.

— Isso?... Ah, o mercador estava negociando com o pai... Ele qué comprá a carroça e os bois e o pai disse que vende, eles vão falá um com o outro depois.

Fu Sheng fitou Shu Rong com interrogações infinitas nas íris, mas decididamente aquele lugar não era nada apropriado para conversar, tinha gente demais e o pior era não se sentir à vontade para abraçar com força quem gostava.

Ainda por cima, o coração de Fu Sheng ainda batia num desatino tão absoluto, que era até difícil ouvir com calma os próprios pensamentos, discernir cada sentimento que o assolava.

— Por que não levamos a carroça até as proximidades da minha choupana? — Fu Sheng sugeriu, alternando o olhar entre pai e filho.

Shu Rong parecia reticente, suas mãos se encarregaram de fazer uma sequência de gestos ao fitar Fu Sheng: