⚠️ Aviso importante ⚠️
Fanfic com temas sensíveis como abuso, gore e tortura psicológica.
◇ Essa é a continuação da Fanfic "Jun Wu A Terceira Face do Príncipe", aqui começamos o último livro dela, o livro 3.
Aqui pretendo concluir essa imens...
Ser bom significa ser fraco, amar nada mais é que aceitar a dor
Mei Nian Qing parou quando passava pela lateral da casa, ele ouviu Jun Wu levantar a voz mesmo estando do lado de fora e pediu ao menino para voltar com ele.
Na realidade, o ex sacerdote de Xian Le tinha passos corridos e Tang Shi ficou apreensivo quando o acompanhou, sendo puxado pela mão.
Assim que tornou a entrar no quarto, soltou a mão do menino e correu direto para Jun Wu, que cobria o rosto transtornado com as duas mãos.
Sang Xing ficou sem ação por um momento, sem conseguir compreender o que passava pela cabeça perturbada daquele deus menor, não pareciam ser os fatos presentes que haviam despertado gatilhos hediondos em sua mente.
Com sutileza gentil e firmeza, o Guoshi de Bei Ke segurou o menino fantasma pelos ombros, sentindo seu temor e agitação.
— Meu querido Alteza! Não é o que parece... Não tem nada em seu rosto, por favor... Trate de se acalmar, estou aqui e não vou embora até que se sinta melhor.
Após passarem três anos juntos e selados no Monte Tong Lu, a voz de Mei Nian Qing ainda tinha certo efeito sobre sua pessoa, era tão bom lembrar que depois de todas as contendas e dissabores antigos, o velho sacerdote tinha escolhido ficar.
— Por um momento... —Jun Wu replicou baixo e algo envergonhado, ainda que sua voz soasse com um traço de dignidade. — Tem certeza? Eu senti os três pulsando na minha pele... Os três vassalos...
Tang Shi sacudiu a cabeça desalentado, tendo lágrimas na beira dos olhos cinzentos, ele queria se soltar do toque do homem que tinha ar sábio, tinha ganas de abraçar seu pai, mas hesitou... Porque não tinha certeza se Jun Wu queria ser abraçado.
Com muito jeito e cuidado, o Guoshi pediu para Tang Shi esperar no corredor com ele, apenas por um momento.
Tang Shi não suportava mais relutar, mas ele também não queria ser um problema.
E quando estavam sozinhos no quarto, com Huan Shui em seu sono profundo na cama, Mei Nian Qing fez com que Jun Wu sentasse na beira, tentando afastar as mãos trêmulas dele que cobriam-lhe o rosto convulso.
— Alteza... Respire fundo, sim? Não tem como pensar com clareza desse modo.
Jun Wu não conseguia respirar pausadamente, seu coração pulsava em surto, sentindo-se tão miserável e inútil, foi com imenso custo que Mei Nian Qing afastou as mãos suadas e frias que ocultavam a face.
E os dedos do ex-sacerdote de Xian Le se apoiaram em seu queixo, Jun Wu desviou furtivamente o olhar negro cheio de sofrimento e dúvida.
— Viu? Sem rostos de vassalos, meu querido Alteza... — Mei Nian Qing anunciou com notória suavidade. — Seu rosto está lindo como de costume, embora... Reconheço que está muito além do triste.
Jun Wu não respondeu, seu senso autodepreciativo fervilhando em seu íntimo, sendo difícil acreditar por completo naquelas palavras.
Sentindo ganas de afastar a mão que tocava com aquele afeto fraternal no seu queixo.
— O que Sang Xing Guoshi disse para ter afetado Vossa Alteza a esse extremo?
— Não sei ao certo. Sinto-me incapaz diante da situação... Por que?
O “por que” foi dito após uma pausa, sua respiração pesada, Mei Nian Qing dispersou uma carícia amiga na lateral de seu rosto.
— Por que... O que, Alteza? Qual é a questão?
— Nian Qing, estou me perguntando... Por que não consigo me antecipar as intenções de Bai Wu Xiang? Nós fomos um só... Mas, quando penso em tentar salvar A-Shui, sinto o peso do fracasso.
Mei Nian Qing se agachou, debruçando-se nas pernas de Jun Wu, observando-o atentamente.
— Alteza... — O sacerdote refutou, ao suspirar. — Desde que saiu do Monte Tong Lu, vem mudando gradativamente... Antes, sua figura e a imagem da Calamidade se ajustavam sobrepostas perfeitamente, no entanto... Com o passar do tempo, vocês dois tornaram-se silhuetas distintas.
Jun Wu encarou vagamente a janela e replicou baixo, meio que para si mesmo:
— O quanto isso pode ser bom? Se me tornei mais fraco...
O sacerdote ergueu-se de súbito, aproximando seu rosto, fitando Jun Wu bem de perto.
— Alteza, que bobagem... Atualmente essa é a melhor versão de si mesmo.
Parecia o tipo de consolo que se dava para uma criança frustrada e Jun Wu esboçou um meio sorriso duvidoso.
— Quer dizer que pareço bem para você?
— Nada mal, Alteza! Nada mal. — Mei Nian Qing assentiu, seus dedos roçando na bochecha do deus menor, esbarrando de leve na curva do meio sorriso. — Apenas precisa se acalmar, manter o foco no que realmente importa... Estar diferente de Bai Wu Xiang não é o mesmo que estar mais fraco, Vossa Alteza também tem o elemento surpresa.
“Elemento surpresa...” — Jun Wu repetiu para si mesmo, mentalizando, tentando voltar a sua expressão de serenidade.
Quando por dentro continuava intranquilo, seus lábios emitiram um som baixo e evasivo, afastando a mão de Mei Nian Qing de seu rosto.
O Sacerdote franziu os lábios, hesitando por segundos.
— Alteza...
— Não... Estou bem... Melhor agora.
Não... Ele não estava.
Por isso Nian Qing lhe lançou um olhar descrente, o quão mentiroso e dissimulado esse Príncipe era.
E naquele instante, nada mais foi dito sobre o que conversavam.
Tang Shi entrou feito uma pequena ventania no quarto e parou agitado na frente de Jun Wu.
No pequeno silêncio, o Daozhang e o menino fantasma trocaram olhares, um reconhecendo o caos instaurado dentro do outro.
Bastou que Jun Wu apenas abrisse levemente os braços e Tang Shi se encaixou, abraçando-o pelo pescoço como se não fosse soltar tão cedo... Ou nunca mais.
Ao menos, era o que o menino fantasma desejava.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.