Chapter 427 A paixão liberta, o amor é o elo que acorrenta

32 7 85
                                    

Capítulo 427 A paixão liberta, o amor é o elo que acorrenta

Sua situação com Dan Ren durou três meses.

O cultivador retornava à Zhen Yan em intervalos, alugando choupanas aleatórias em nomes de desconhecidos com a intervenção de um contato que também avisava Liang quando Dan Ren viria, tendo o cuidado de esconder seu rosto toda vez que retornava.

Huan Liang talvez não fosse tão meticulosa, mas apenas nessas ocasiões usava um dos cavalos do haras de seu marido para ter esses encontros.

Houve uma ocasião em que usaram uma das choupanas próxima às plantações de arroz.

Por mais que conversassem e falassem um do outro, a conversa incidentalmente terminava entre lençóis, o sexo era como a força motriz da relação, assim como o sentimento uma força errática da natureza.

Faltava cerca de uma semana para completarem três meses como amantes.

Liang amarrou o cavalo nos fundos do terreno da choupana e comumente, a porta ficava aberta, às vezes encontrava Dan Ren cozinhando, lendo um livro, tomando um banho ou mesmo tirando um cochilo... Mas, qualquer coisa que ele estivesse fazendo era deixado de lado assim que seus olhos encontravam os dela ou mesmo ouvia seus passos ou apenas a porta de entrada rangendo levemente.

Naquele dia, encontrou Dan Ren pintando com um pincel de caligrafia num pergaminho largo sobre a mesa baixa, seus dedos também estavam sujos de tinta e tudo que ele vestia era uma calça com a parte externa do hanfu amarrada na cintura.

Ela sorriu para a bela visão que eram aquelas costas nuas assim que abriu a porta e ele sabia que Liang entraria a qualquer instante, porque tinha ouvido o som dos cascos do cavalo.

Dan Ren se virou numa questão de dois segundos e sorriu de volta, fazendo menção de se levantar, mas Liang gesticulou rapidamente:

— Fique assim... Não se mova.

Dan Ren riu baixo e voltou a encarar o pergaminho com uma pintura incompleta de uma paisagem pitoresca chinesa envolvendo montanhas, o mar, uma rama em flor se sobrepondo ao horizonte distante... O menor detalhe era uma pequena jangada vagueando naquele vasto mar.

E não demorou a sentir ela se encaixando lânguida contra suas costas, abraçando seu corpo, o perfume dela suave feito camomila chegando às suas narinas.

— Como não me mover... Quando Liang está tão perto?

— Fique quieto... Nem que seja somente um pouco... — Ela pediu, levemente dengosa, a voz afável enquanto o apertava contra seu corpo.

O cultivador sentiu a respiração dela, o jeito como aspirava seu pescoço, havia uma sutil hesitação nela fora do comum.

— Liang... Diga. O que foi? — Ele tocou as mãos que o abraçavam, que se espalmavam contra sua seminudez.

Mas, em vez de responder, ela espiou por cima dos ombros dele a pintura sobre a mesinha baixa.

— Não sabia que Dan Ren pintava... Sempre tão habilidoso com as mãos. — Ela soprou provocante, sugestiva.

Dan Ren não era do tipo que gostava de enigmas, de joguinhos, aliás... O que gostava em Liang é que ela era sempre muito direta quando conversava com ele, mas a mudança no padrão fez com que ele virasse de lado e a puxasse para seu colo.

Ela vestia um hanfu de corte fluído, o tecido fino feito voil, verde água em degradê com branco, o cabelo preso numa longa trança ornamentado por um arranjo de peônia.

As pernas dela passaram por seu quadril, as mãos dela pousaram em seus ombros, sem quaisquer barreiras entre seus rostos e seus olhares.

— É melhor dizer o que está evitando... Agora. Não se faça como uma tocadora de Pipa com metade do rosto coberto¹.

Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora