Capítulo 18

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Cristal

Enquanto estou a dançar com meu pai noto a presença de alguém no lado de fora, não é o Raven e nem parece ser um ceifeiro, mas o poder é grande, começo a sentir mais presenças assim o que me faz ficar um pouco aflita.

Dante —calma, são só demônios e seu avô, sempre chegam no final da festa, você é meio demônio lembra?— eu nunca vi um demônio pessoalmente, além da minha mãe é claro, mas ela não é assustadora.

—eles são seres ruins como os das histórias que escuto? Podem devorar minha alma?— pergunto e ele apenas abre um sorriso, parece achar graça da minha pergunta.

Dante —se quiserem talvez, mas normalmente preferem almas humanas, algo que você claramente não é, fique tranquila, a aparência deles é um pouco intimidante, mas não é tudo isso— diz continuando os passos, ele apenas me rota devagar e volta a dançar normalmente.

Apenas paramos de dançar quando a musica para, me afasto alguns passos para traz e agradeço pela dança.

Escuto passos vindo até nos e pelo cheiro amadeirado de vinho sei quem é.

Amon —me daria a honra de uma dança, mi lady?— quando olho para ele apenas abro um sorriso, seu cabelo está bagunçado e jogado para o lado, seu rosto parece um pouco vermelho, o quanto ele bebeu para ficar desse jeito? Três, quatro garrafas de vinho?

Dante —não, ela não daria essa honra a um ser como você— levo um susto ao ouvir meu pai dizer isso, o olhar dele está sério, seus punhos fechados, é como se tivesse se controlando para não bater no Amon, eu sabia que eles não se davam muito bem, mas não imaginava isso.

—pai...— vai ser difícil me acostumar a chamar ele assim, mas vou continuar tentando até parar de ser tão estranho —eu prometi dançar com ele, além disso, salvou minha vida, não quero que brinquem, por favor, são irmãos.

Vejo que meu pai respirar fundo, olhou para Amon de forma mortal, parece não querer permitir isso, queria entender qual o problema dos dois.

Apenas vejo minha mãe se aproximar por trás dos dois.

Eliza —poderia parar com a implicância no aniversário da minha filha, vamos dançar e a deixe em paz, poderá me dizer todos os insultos que deseja, que tal?— vejo que meu pai fica de cara feia, mas apenas se afasta com ela.

Vejo a porta de entrada do salão ser aberta, vários demônios estão entrando, eles estão vestidos com as regras do convite, roupa social, terno ou blazer.

Amon —espero que seu avô não esteja no meio deles, odeio ele— só levanto a sobrancelha ao ouvir isso, me pergunto o porquê disso.

(Raven/Necro)

Apenas abro um portal para Arvania, o paraíso dos deuses do equilíbrio, um mundo criado apenas para seres como eu,  quando chego no castelo apenas respiro fundo ao entrar pela porta principal, pois não estou com ânimo nenhum para ver os outros deuses, a maioria são promíscuos.
 
A maioria das empregadas andam de véu  cobrindo o corpo,  todas são belas e com corpo atraente, escolhidas a dedo pelas divindades que aqui moram, mas não é só mulheres que trabalham assim, também tem homens com a mesma etiqueta, usam um véu cobrindo as partes íntimas, trajes parecidos com a Grécia antiga.

Gênero não importa nesse lugar, pelos menos para os outros não.

Preciso encontrar o Deus que escreve o destino e entregar a lista e as almas a ele.

Apenas passos pelas várias salas tento que ver cenas estranhas, esse lugar cheira a sexo, é repugnante, seres como nós não deveríamos nos rebaixar a luxúria humana, mas parece que apenas eu e Leviathan pensamos assim.

Nesse castelo não tem portas, apenas aberturas parecidas com arcos que tão acesso a outros cômodos, precisamos passar por vários até chegarmos em nosso destino o que me faz apenas olhar para frente e nunca virar o olhar, desço as escadas e acabo passando pela termal, apenas fecho os olhos enquanto caminho reto para sair dali sem que algumas das mulheres promíscuas tente me seduzir, são as servas da deusa do amor, a cúpido.

Paro de caminhar ao sentir alguém me abraçar por trás, pela energia que emana dela sei que é Angelina, deusa do amor.

Abro meus olhos e viro olhando para ela ignorando a termal branca com flores rosas que flutuam na água enquanto várias mulheres e homens se banham.

Angelina —eu tive um dia cansativo sabe, Necro... Queria aliviar isso relaxando com você— diz apoiando sua cabeça em meu peito o que me faz olhar para cima tentando ganhar paciência.

Não é que Angelina seja feia, na verdade ela é a mulher mais linda criada até hoje, uma divindade em carne e osso. Seus cabelos dourados parecem não ter fim, seus olhos são da mesma cor, sua pele é rosada, seus lábios vermelhos, nariz esculpido, e corpo estrutural, é alta e sem qualquer resquício de pêlos, por que eu não sei.

—tenho certeza que se pedir isso a qualquer outr...— antes que eu termine de falar ela levanta a cabeça e faz cara de brava, quando ela quer algo sempre consegue então normalmente não aceita não como resposta.

Angelina —qual seu problema! Por que sempre me recusa?! Qualquer humano, demônio ou anjo sonha em pelos menos olhar para mim e você aí me negando—  as vezes age como uma criança emburrada.

Apenas abraço ela e beijo sua testa a deixando meio birrenta.

—você é a deusa mais linda desse mundo, não precisa buscar validação em mim, não de vejo dessa forma, agora me deixe trabalhar, não quer que eu seja "demitido" né — pergunto com uma voz mais tranquila o que a faz se afastar de mim e respirar fundo.

Angelina —ainda vou ver você sucumbindo aos seus desejos, não é possível que não tenha— diz voltando para a água onde fica com uma de suas servas o que me faz apressar meus passos para sair logo daqui.

Angelina foi a última deusa a ser criada, o amor não era muito necessário a séculos atrás, mas agora é, o amor acaba com guerras, muda uma pessoa completamente, o papel dela é importante mesmo que os outros digam que não apenas para irrita-la, todos os casais que tem casamentos duradouros foram atingido pela flexa ou beberam o elixir dela, o deus do destino que cria as destinações e manda ela fazer darem certo.

Sem ela não existe amor no mundo, apenas ódio.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Onde histórias criam vida. Descubra agora