Entre Mundos (Deuses Elementais)

Capítulo 83

Cristal

Abro meus olhos ao escutar um som alto na parte de fora, pela luz da janela deve ser de manhã, me pergunto o que será que Dragomir está fazendo.

Apenas me levanto da cama e pego mudas de roupa no armário, pois preciso de um banho para acordar de vez.

Saio do quarto e ando pelo corredor até achar a porta do banheiro, poderia ter um no quarto, mas é só uma mansão simples.
(...)

Depois de tomar um banho de ducha rápido, me cubro com a toalha nova que estava embalada em um plástico em um móvel, depois de secar meu corpo me visto com a roupa que peguei no quarto. Uso a toalha para secar o cabelo e saio do banheiro.

Quero saber o que Dragomir está fazendo a essa hora da manhã, e espero que seja importante para ter me acordado com o som.
(...)

Quando saio da casa, apenas sigo o barulho alto e não demora para eu achar Dragomir sem camisa, cortando uma árvore na parte de trás, não consigo deixar de reparar nas costas definidas dele.

Eu tô tentando fingir que não vejo nada nele, mas não dá  mais, ele é muito atraente.

É errado apenas querer experimentar? Eu tenho pouco tempo, não deve ser errado querer ter novas experiências, mas eu ainda preciso resolver uma coisa antes.

—Drago, você gosta de cortar árvores de manhã para acordar seus convidados?— pergunto fingindo um tom incomodado.

Dragomir —sinto muito por estragar seu sono da beleza, princesa— diz de forma irônica, é óbvio que ele não se importa.

—você é péssimo com seus convidados— digo e ele para de cortar a árvore para olhar para mim, não consigo tirar o olhar do suor escorrendo da sua testa e caindo no seu peitoral, eu só posso estar no cio, não é possível, pois não estou conseguindo desviar o olhar.

Dragomir —está tudo bem com você, seu rosto  está ficando vermelho?— meu rosto está corado? Não mesmo.

—é o calor... pensei que fossemos viajar ou você mentiu para mim sobre isso?— pergunto cortando o assunto anterior.

Dragomir —e nós vamos, mas antes fale com sua mãe cara a cara, você precisa se despedir dela, acredite em mim, se afastar sem antes conversar direito é algo que você não quer para você— ele fala como se soubesse o que estou passando.

—acho que isso não é da sua conta— digo dessa vez com um tom de voz irritado.

Dragomir —vá falar com ela, faça ela seguir sua vida, é a melhor opção já que pretende esconder tudo até sua hora chegar— ele parece saber o que está falando, mas não é como se soubesse o que eu sinto.

—não entende o quanto é difícil para mim ter que ver minha família e esconder meu tempo de vida deles, acha que não dói em mim mentir para minha mãe— digo apertando minha mão.

Dragomir —eu sei que dói, mas precisa fazer sua mãe ter outro motivo de viver além de você, pois é tudo que ela tem, seu pai tem os irmãos e o filho bastardo, mas ela só tem você, se você sumir sem dar notícias ou ela descobrir que morreu, temo que ela possa se isolar ou pior— acho que entendi onde quer chegar.

—quer que eu comece a agir como um cúpido?— pergunto ainda sem acreditar.

Dragomir —deveria apoiar sua mãe e ter uma nova vida, novos amores, lembre que ser rainha é uma coisa que a sua mãe nunca quis— isso é realmente verdade.

Eu entendi Dragomir está tentando me dizer, mas é estranho ter que concordar com  ele.

—eu vou visitar minha mãe, sempre depois das viagens— digo e ele abre um sorriso e vem até mim, quando mais ele se aproxima, mais meu coração acelera.

Emgulo seco quando ele envolve sua mão em minha cintura e aproxima seu rosto do meu ouvido.

Dragomir —talvez você devesse pensar em tomar alguma coisa, pois morarmos sozinhos não vai dar muito certo se nós dois querermos algo a mais, entende?—  só fico pasma ao escutar suas palavras.

—como pode supor esse tipo de coisa?!— falo o empurrando para longe.

Dragomir —eu não estou dizendo que vai acontecer algo, mas é melhor previnir, você não pretende morrer virgem imagino— nisso ele tem razão, eu preciso previnir que algo não planejado aconteça.

—eu vou pensar nisso— digo me virando para entrar.

Dragomir —espero que tenha um bom dia abelhinha— sua voz saiu em um tom caloroso.

—também espero que tenha um dia bom, Drago— falo  caminhando em direção a mansão, mas sinto ele me segurar por tras e me pegar no colo.

Não consigo deixar de encarar os olhos alaranjados dele, não consigo entender por que está tão próximo de mim, seus lábios estão a centímetros do meu, mas quando penso que vai me beijar apenas me coloca de volta no chão, por que recuou? Não entendo.