Capítulo 20

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Cristal

Arrumo um jeito de fugir dos meus tios, desço para o calabouço ver o cavaleiro de cabelos pretos, pois quero que veja meu vestido.

Quando chego lá apenas o vejo de costas sem roupa tacando água no corpo com um balde, fico paralisada na porta vendo seu corpo trincado de tão forte, seu cabelo é preto ondulado bate na cintura e sua bunda é definida e reta.

Apenas engulo seco enquanto me sinto ficando cada vez mais nervosa e corada com a visão dele se banhando.

Cavaleiro —sinto sua presença, vai ficar aí me olhando esperando eu me virar ou vai embora para eu tomar meu banho em paz?— quando ele diz isso de forma calma eu apenas me viro e corro dali rapidamente.

Meu coração não para de bater, por que? Será que eu gostei de ver ele daquela forma? Impossível, ele é um inimigo, eu não posso sentir nada por alguém que tentou me matar, mas ele é tão forte e atraente, parece até uma divindade...

Nathan —sua cara esta estranha, por que está tão vermelha?— tomo um susto quando noto ele a minha frente, eu fiquei tão pensativa sobre o que vi que nem notei ele se aproximar.

—não é nada, acho que bebi demais, pode me levar aos meus aposentos?— pergunto cambaleando  falsamente, pois estou em frente ao calabouço, não quero que ele desça e encontre o prisioneiro, vai que ele conta ao nosso pai, não sei do que é capaz ao descobrir que o prisioneiro tentou me matar.

Vejo que meu irmão apenas olha para a escada que leva ao calabouço de forma desconfiada, mas vira seu olhar para mim e me ajuda e ficar em pé colocando meu braço em seu ombro. Fico aliviada ao notar que caiu nessa, pois por um minuto achei que ia descer.

Caminhamos pelos corredores até chegarmos a porta do meu quarto, ele se afasta de mim logo depois.

Nathan —olha mana, não é querendo desconfiar de você, mas sei quando alguém fica bêbado de verdade por experiência própria, e vocês não está— apenas olho para seus olhos por um tempo, pois não é possível que seja tão esperto, minha mãe disse que nosso pai era lerdo para perceber as coisas, por que ele não é sendo filho dele?

—com todo respeito, nada de bisbilhotar certo Nathan? Não quero ter que odiar você— digo e ele me olha de forma séria por um tempo.

Nathan —o que de tão importante esconde naquela masmorra para ameaçar me odiar?— é algo que não precisa saber.

—nada demais prometo— digo e ele apenas respira fundo, acho que aceitou.

Eliza

Apenas fico a escutar o quanto meu pai está decepcionado comigo, por eu ter escondido uma filha de um pai, em como está a insultar todas as decisões que tomei até agora. O pior é ter que ficar em silêncio e só escutar.

Mia —chega disso, tenho certeza que nossa filha sabe o que fez, vamos esquecer isso e aproveitar a festa, a gente não se vê a tanto tempo— minha mãe parece ter amolecido mais, parece bem mais familiar e amorosa de algum jeito.

Dagon —você e a Scarlett só causam problemas, foram livres para escolher quem queriam e ainda assim estão tristes e sozinhas, decepcionante— não precisa humilhar também, não é como se eu não soubesse da minha situação.

Apenas olho minha irmã que até agora não disse quase nada, ela costumava rebater o que meus pai dizia, era respondona, me pergunto o que aconteceu para estar tão quieta e com cara de deprimida.

Vejo meus dois irmãos vindo até nós sozinhos, minha filha era para estar com eles, mas parece que arrumou uma forma de despista-los. Será que foi ver aquele prisioneiro de novo? Estou começando a ficar preocupada, isso não é normal, ele tentou matar ela.

Sei que devo confiar na minha filha, mas é muito difícil não ficar preocupada em deixá-la sozinha.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Onde histórias criam vida. Descubra agora