Capítulo 76

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Cristal

Aproveito o fato que todos da casa foram dormir para descer ao calabouço com um livro que peguei na biblioteca na mão, os guardas provavelmente já se acostumaram com o fato de eu ficar descendo sempre que eu tenho oportunidade, pois não dizem mais nada a respeito.

Quando entro na cela vejo o moreno deitado de frente para a parede, ele está em uma posição que é impossível me ver, apenas coloco o livro em cima de uma prateleira de concreto e me aproximou dele cautelosamente, pois quero o ver dormindo.

A cada passo que dou consigo ver mais claramente seu rosto calmo, seus lábios quase sem cor, seu cabelo caído em frente ao rosto, seu corpo bronzeado, eu tenho que tirar esses pensamentos impuros da minha cabeça, mas não consigo deixar de admirar sua beleza.

Quando caminho, mas um passo para frente vejo ele se virar e me puxar em sua direção ficando por cima de mim, acabei mordem meu lábio ao sentir o impacto na cama de concreto.

Quando ignoro a dor e olho para frente apenas vejo seus olhos pretos me encarando com ódio, emgulo seco já temendo o pior.

Ele vai me matar, pois mesmo com as mãos acorrentadas uma na outro pode me estrangular.

Quando ele coloca a mão em meu pescoço e começa a apertar, sinto a falta de ar que me faz tentar lutar para sair debaixo dele, mas ele é tão grande e forte que parece não sentir  que estou a tentar sair.

Minha cabeça parece que vai explodir enquanto tento buscar ar, mas nada vem, quando vejo minha visão ficar turva ele me solta e fica me encarando buscar ar enquanto estou a tossir e soluçar.

Cavaleiro  —seu olhar de medo e desespero é extremamente atraente— só fico completamente sem reação enquanto respiro profundamente, consigo ver pelo canto de olho Raven observando tudo em silêncio, mas quando notou que o vi desapareceu.

—vai me matar?— pergunto me sentindo extremamente impotente, pois estou indefesa embaixo desse brutamontes.

Cavaleiro —não, você merece sofrer primeiro, por ter me prendido aqui e brincado comigo como um boneco— ele quer vingança

—o que pretende fazer comigo?— pergunto já temendo o pior.

Cavaleiro —nada além de te causar dor—  diz apertando meu pulso com suas garras.

Mordo mais forte meu lábio quando suas garras entram em minha pele, consigo sentir que acabei ferindo um pouco meu lábio pelo gosto de ferro que estou sentindo.

Cavaleiro —sabe, seu rostinho temeroso me faz querer brincar contigo ainda mais— quando ele aproxima seu rosto do meu fico ainda mais assustada e isso o faz sorrir, quando ele abre a boca e lambe o sangue que está a escorrer de meus lábios a cena me faz travar inteira.

***** —se não vai mata-la, pare de brincar com ela— quando escuto a voz do Raven olho pelo canto do olho, ele está sério, acho que não gosta de ver pessoas sofrendo, mas ia deixar ele me matar caso fosse essa a intenção.

Vejo que o moreno de olhos pretos faz uma expressão de raiva momentânea, mas sai de cima de mim, não perco tempo em sair dali e correr para perto da porta onde não consegue alcançar por causa da corrente em sua cintura.

Quando olho para Raven vejo que apenas esta me encarando sem dizer nada, mas quando vou dizer algo ele some.

Saio do calabouço fechando todas as portas atrás de mim com presa e isso me faz bater em alguém e cair para trás.

Arthur —alteza, você está bem?— quando escuto a voz dele não consigo deixar de sentir vergonha pelo que aconteceu, pois a culpa foi toda minha, eu abaixei a guarda, eu fui extremamente imprudente.

—não conte a minha mãe, por favor— digo pois consigo ver que está reparando em meu pescoço e lábio, vejo que ele respira fundo.

Arthur —tudo bem se é isso que quer, não te vi aqui— diz abrindo um sorriso enquanto estende a mão para me ajudar a levantar, como sempre sendo um bom guarda e amigo.

Apenas aceito a ajuda e me levanto, pois eu preciso esconder a marca vermelha que deve estar em volta do meu pescoço.

Arthur —quer que eu aumente a segurança na sala do cavaleiro da ordem? Posso mandar prenderem a mão dele nas costas— acho melhor não, quando foram prende-lo na última vez conseguiu matar um guarda e quase escapar.

—deixe ele do jeito que está, vou tomar mais cuidado, talvez parar de descer para cá— assim espero.

Arthur —tudo bem então, só tome cuidado para o seu pai não descobrir sobre isso, ele vai querer matar o prisioneiro sem ligar para mais nada— nisso ele tem razão, se isso acontecer aí sim terei um problemão, pois vai poder aparecer em qualquer momento para me matar.

—obrigada Arthur, não sei o que faria sem você— digo dando um beijo rápido na bochecha dele antes de voltar meu caminho para o quarto.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Onde histórias criam vida. Descubra agora