Cristal
Enquanto estou arrumando minhas malas escuto duas batidas na porta, só mando entrar, pois não vou ir até lá, parar o que estou fazendo para abrir.
Olho para trás para ver quem é, mas apenas reviro os olhos ao ver Dragomir com uma bolsa na mão e um sorriso estridente no rosto.
—Drago, você sabe que não faz o meu tipo né?— só digo para ver sua reação, mas continua com a mesma expressão.
Dragomir —fica tranquila, sei muito bem que seu tipo é ignorante, arrogante e que deseja sua morte, mas de trouxe um presente— diz caminhando até mim e colocando a bolsa em cima da cama.
Apenas respiro fundo e vou lá olhar, pois fiquei curiosa para ver o que comprou para mim, se foi uma caixa de bombom ou um buquê de rosas vai quebrar muito a cara, pois isso nunca me impressionaria.
Quando desembrulho o presente apenas vejo duas garrafas de bebida que parecem ser bem caras e antigas pela data da safra, uma delas tem mil anos. Pego uma delas para olhar melhor e não consigo não notar o valor preso na notinha ($1.500.000.00).
—você pegou um milhão em uma garrafa de bebida?!— digo completamente perplexa.
Dragomir —sim, gosta de bebidas imagino, pensei que gostaria do presente— só fico sem saber o que dizer por um tempo, mas quando vou formular minhas palavras —não venha dizer que não pode aceitar, não posso trocar de qualquer jeito, e eu sei que no fundo você quer elas, sua mãe nunca deixaria você gastar dinheiro com bebida alcoólica.
—queria saber como você sabe dessas coisas, tenho certeza que minha mãe nunca diria que não gosta de me ver bebendo— digo e ele apenas olha diretamente nos meus olhos o que me faz não conseguir controlar meu poder de ler mente.
Dragomir —sua mãe é certinha demais para permitir tal coisa (~as vezes ela pergunta coisas óbvias, pais não gostam de ver filhos cometendo erros, muito menos bebendo igual alcoólatras)
Ele pensa em mim como uma alcoólatra ou acha que bebo igual a uma?
—eu gostei do presente, agora se puder sair para eu conseguir terminar de arrumar minha mala seria ótimo— digo voltando minha atenção para as roupas que faltam ser dobradas.
Dragomir —eu vi sua mãe na praça da cidade com o Alex, acho que talvez ele possa acabar virando seu padrasto, pois parece que sua mãe não se recusaria namorar com ele— acho que ela não recusaria nem casar se eu tivesse de acordo.
—desde que isso faça ela feliz, por mim tudo bem— digo e um silêncio esmagador aparece por um tempo, ele parece querer falar mais alguma coisa, mas nada sai de sua boca, está apenas me observando.
Dragomir —acha que sua mãe é feliz? Você é feliz abelhinha?— que pergunta é essa?
—sabe que felicidade é relativo né? Um dia pode ser o melhor para nós e no outro o pior, mas porquê diabos me chama de abelhinha?— digo estranhando o apelido que ele me deu.
Dragomir —por que você me lembra uma abelha 🐝, são bonitas a primeira vista, mas sempre que tenta se aproximar elas de picam— eu não tenho um ferrão, não consigo entender sua analogia.
—eu achava estranho quando algumas pessoas me chamavam de borboleta por causa da minha aparência, mas você consegue superar até isso— digo virando meu rosto para olhar o dele, o que me faz me reparar no seu sorriso tranquilo.
Dragomir —e então, posso ir contigo para seu castelo?— por que ele está pedindo? Tenho certeza que se falar não ele ainda vai aparecer lá.
—você não desiste mesmo né?— falo enquanto o vejo pelo canto de olho olhar as coisas em cima da minha penteadeira.
Dragomir —eu não sou de desistir e nem você pelo que parece, pensei que no momento que eu fizesse minha proposta sairia correndo para contar ao seu crush— ele achou mesmo?
—eu não esqueci que você ameaçou colocar meus pais nisso— digo enquanto o vejo mexer nas minhas maquiagens.
Dragomir —eu apenas ameacei contar da sua situação, eu imagino que eles como pais deveriam saber, ainda mais Dante que acabou de conhecer você, deveria saber que tem pouco tempo e que por isso deve aproveitar o máximo possível o tempo que tem contigo— eu não pedi a opinião dele sobre isso.
—desde quando te dei permissão para me julgar?— digo de forma séria.
Dragomir —pensei que não usasse maquiagem, por que tem tantas?— está mesmo ignorando o que eu disse.
—por que meu pai comprou para mim e eu não vou tacar um presente fora— digo me virando para ele irritada —se está querendo tirar minha paciência está conseguindo, Drago.
Dragomir —é bom ouvir isso, te vejo no outro lado do purgatório, abelhinha— diz desaparecendo da minha frente.
—queria saber o que eu fiz para merecer ser infernizada por ele— digo sem notar enquanto volto a prestar atenção na mala.
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Entre Mundos (Deuses Elementais)
RomanceCristal é a princesa do purgatório, adquiriu um enorme poder que foi usado nela quando nasceu para impedir que acabasse falecendo por causa da má formação dos órgãos. O Deus da morte não ficou nada feliz por não poder fazer seu trabalho e riscar o n...