Cristal
Entro dentro do closet para testar o vestido e o sapato, pois tem um espelho enorme na parede.
Coloco o sapato, o vestido e a peruca preta, depois vou até uma mesa com algumas máscaras que só cobrem metade do rosto, exatamente para festas de galã que não pode deixar todo rosto a mostra. Pego uma muito elegante de renda preta, coloco no rosto prendendo ele atrás da orelha.
Quando me observo noto no quão diferente fiquei, não pareço uma princesinha inocente com essa roupa e sim uma mulher segura de si.
Me pergunto se teria essa aparência se minha mãe não tivesse precisado usar a jóia para me deixar viva, pois meus cabelos seriam pretos iguais aos do meu pai.
Apenas giro segurando o vestido para ver como estou, é de certa forma divertido agir como uma lady, pois tudo que elas usam são vestidos bonitos e sapatos elegantes. Eu nunca me interessei por essas coisas antes, sempre achei brega então nunca dei uma chance de experimentar.
Acho que pelo fato de estar usando peruca e máscara ninguém realmente conseguiria me reconhecer, a não ser meus pais é claro, eles sentem minha presença de longe.
Escuto a porta abrir, me viro para olhar quem é, pois a porta fica no ponto sego de espelho infelizmente, acabo pisando no chão de mau jeito o que me faz cair para o lado, por instinto fecho os olhos e coloco a mão para frente, mas alguém segura minha cintura.
—obrigada...— digo enquanto abro meus olhos, paraliso ao ver o homem a minha frente, passo os olhos em seu cabelo ruivo acobreado até seu maxilar e seus olhos.
Engulo seco ao ver que é o homem que queria me conhecer no meu aniversário, o cara que me mandou comprimentar Necron(Raven)
Empurro ele para longe, pois não sei como esse homem chegou até aqui, o castelo do meu pai é altamente protegido, mas ainda assim esse homem está aqui no meu closet, dentro do meu quarto.
—se afaste de mim ou...— pergunto tentando me levantar apressadamente, mas acabo caindo novamente por causa do maldito salto.
Dragomir —ou o que princesa? Você nem consegue se manter de pé, imagine lutar com esse salto?— seu tom sarcástico me faz morder o lábio, pois ele tem razão, eu não costumo usar salto alto, consigo cair só andando, não me imagino lutando.
—o que você quer de mim? Disse no baile que eu seria sua esposa e agora me encurralou no closet— temo que ele queira fazer algo comigo.
Dragomir —calma borboletinha, só quero que coopere comigo e nada mais, claro que se não fizer isso terei que usar outras pessoas que você gosta e isso possivelmente as mataria— do que ele está falando.
—por que alguém importante para mim ajudaria você? Está delirando— digo com um sorriso debochado —meu pai matará você no momento que ver que é uma ameaça para mim.
Dragomir —gosto de você, é orgulhosa — diz abrindo um sorriso que deixa seus dentes brancos aparecerem por alguns segundos —não gosto de enrolar então vou direto ao ponto, preciso de você para conseguir matar Necron e o Deus do destino, se conseguirmos continuaremos vivos, não é bom?
Olho para seus olhos alaranjados enquanto tento entender suas palavras direito, só começo a rir sem notar.
—você é realmente louco, não dá para matar deuses e mesmo que possamos mata-los, o que aconteceria com o mundo sem mortes e sem destino?— só olho para baixo ainda sem acreditar em suas palavras.
Dragomir —primeiro princesa, não duvide de minhas palavras, segundo não queira se importar com mais que sua vida, não quer que seus pais paguem por isso não é?— ele está mesmo ameaçando meus pais? Abro um sorriso com isso.
—olha Dragomir, não é querendo de rebaixar, você parece realmente forte, mas não daria conta do meu pai, não sabe o quão forte ele é— digo meio que o alfinetando, mas um sorriso meio sombrio aparece em seus lábios.
Dragomir —eu não disse que seria eu a matar seus pais, meio que o Raven acabaria fazendo isso sem querer— o que? Vejo que ela apenas caminha para mais perto de mim ao ponto de conseguir tocar em meu queixo com sua mão —pense no que pais seriam capazes de fazer para salvar a vida de um filho destinado a morte? Imagino que tudo, inclusive arriscar a vida deles. O que o guardião, agora rei Dante iria fazer ao saber que sua filha que acabou de conhecer está destinada a ser morta daqui a cinco anos pelo deus da morte? Imagino que tentaria evitar isso me ajudando, sua mãe nem tem o que imaginar, a vida dela sempre foi você, é o sol dela.
—eles não seriam capazes de ajudar você sabendo que quebrariam o ciclo natural das coisas, talvez até causando a destruição de tudo— digo de forma séria tentando acreditar firmemente nisso.
Dragomir —tem certeza disso borboletinha? Quer pagar para ver? Imagino que ter dois seres com jóias extremamente poderosas seja melhor que ter uma garota ingênua— diz abrindo um sorriso que me faz rosnar de ódio, vejo que ele se vira para ir até a porta de saída, vejo ele dar alguns passos.
—espera, eu ajudo você, mas não envolva eles nisso, por favor— quem eu quero enganar não é, eles morreriam por mim, não conheço meu pai a muito tempo, mas sinto isso na minha alma.
Vejo que ele apenas se vira e abre um sorriso interessante.
Dragomir —não imaginei que gastaria tanta voz para convencer você garota. Espero que esteja disposta a arriscar sua virtude para polpar seus pais— diz enquanto estou a me levantar o que quase me desestabiliza inteira.
—nem pense nisso, não me deitarei com você!— digo irritada, mas ele apenas ri como se eu tivesse dito uma piada.
Dragomir —fique tranquila, comigo não, a não ser que queira, vamos deixar todos os detalhes para outro momento, não quero que perca o apetite alteza— diz mudando a postura para uma mais formal —já ia esquecendo, sou seu novo servo de companhia, estarei aqui sempre cuidando de você, mi lady, inclusive seu café da manhã está pronto, me mandaram de avisar.
Apenas olho para seu olhar manipulador por um tempo até ver ele saindo do closet, só começo a respirar descontroladamente enquanto entro em pânico.
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Entre Mundos (Deuses Elementais)
RomanceCristal é a princesa do purgatório, adquiriu um enorme poder que foi usado nela quando nasceu para impedir que acabasse falecendo por causa da má formação dos órgãos. O Deus da morte não ficou nada feliz por não poder fazer seu trabalho e riscar o n...