Capítulo 26

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Cristal

Corro para frente no campo aberto para tentar pegar impulso, quando chego perto de uma descida abro minhas asas e as bato tentando voar, consigo planar bem perto do chão antes de perder as forças e cair rolando.

Só dou um grito bem alto por causa da raiva, por que eu não consigo me manter voando? Por que tem que ser tão difícil?!

***** —você está bem?— tomo um susto ao ouvir uma voz atrás de mim, mas me acalmo ao ver que é Larah.

—estou sim, só com um pouco de dificuldade em aprender a voar, pensei que seria fácil, mas acho que me enganei— digo enquanto bato em minha roupa para tirar a terra de cima de mim.

Larah —você não tem força nas asas, não exercitou a musculatura das suas asas né?— eu tinha que fazer isso?

—como assim exercitar? Nunca vi ninguém levantando peso com as asas— falo com um tom de brincadeira, mas ela apenas ignora isso.

Larah —o que acontece se você ficar anos sem andar florzinha? Sua musculadura da perna vai definhar e vai ser quase impossível andar certo? Isso também acontece com nossas asas, por isso nunca podemos parar de utilizá-las—  apenas abaixo a cabeça desanimada.

—então eu nunca vou conseguir voar....

Larah —claro que vai, só continue tentando abrir vôo, treinar é a melhor coisa e quando menos perceber vai estar voando— será mesmo?

—obrigada, sabe, por me acolher aqui— digo meio sem jeito o que faz ela abrir um sorriso.

Larah —não precisa agradecer, é sempre bom ter companhia—  para alguém isolada em uma mansão apenas com empregados deve realmente ser.

—eu vi em um quadro que seu nome é, Larah Angeli, é o mesmo sobrenome que o meu, queria saber se temos algum parentesco— pergunto e ela olha para mim por em tempo.

Larah —talvez seja um parentesco distante pois tenho quase 400 anos— fico com os olhos arregalados quando diz isso, pois ela parece tão jovem, provavelmente parou na aparência dos 21 ou 25 anos.

—o nome da minha mãe é Eliza, conhece ela?— ela apenas faz um não com a cabeça —minha vó se chama Mia se não me engano.

Larah —Mia, minha netinha, não consigo acreditar que já casou e virou vó— então ela é minha tataravô.

—então você é mesmo da família.

Larah —fico feliz em saber que a família cresceu tanto,  Derick e eu deixamos uma linhagem linda nesse mundo, morrer para de ser assustador quando penso nisso— diz de forma doce enquanto dá cafuné em meus cabelos do mesmo jeito que minha mãe costuma fazer.

—ainda tem cem anos para viver...— paro de falar ao lembrar que ao contrário dela tenho apenas 5 e a cada dia diminui meu tempo.

Larah —seu rosto ficou pálido, está bem?— diz com uma expressão preocupada.

—não é nada, só estou um pouco cansada, preciso dormir— digo e ela apenas fica mais tranquila.

Larah —que bom, pensei que tinha se machucado— ela é extremamente doce e gentil —seu quarto já está pronto, pode ir lá dormir se quiser.
(...)

Nathan

Apenas me sento para comer o café da manhã na casa da rainha do outro lado, já que nos deixou ficar mais tempo em seu castelo.

Finjo que nada está acontecendo enquanto meu pai e ela ficam se alfinetando durante todo o tempo juntos, provavelmente é ódio acumulado. Claro que entendo o porquê das patadas que ela fala, pois é meu pai que está a incomodando enquanto tenta comer em paz.

Dante —você é uma peste, sabiá?!— diz bravo.

Eliza —se ser uma peste significa incomodar sua vida já me deixa feliz— diz sem nem mesmo olhar para ele.

Só respiro fundo me perguntando se deveria entrar nesse assunto, mas acho melhor não.

Sei lá, as vezes dá para entender o porquê dela simplesmente ter fechado o reino para não precisar mais ver meu pai, eu não aguentaria nem metade dessa perturbação, mas ter escondido uma filha é extremamente errado, mas agora não dá mais para voltar atrás devem aceitar o que aconteceu e se dar bem pela Cristal, apesar que eu duvido muito que isso vai acontecer.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Onde histórias criam vida. Descubra agora