Capítulo 16

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Cristal

Apenas vou até a mesa de bebidas com Nathan atrás de mim me seguindo, quero afastar um pouco ele do pai para minha mãe poder conversar com Dante em um local calmo e sem ninguém.

Nathan —por que me chamou para beber? Tem algum motivo por trás não é? foi muito repentino— apenas abro um sorriso quando ele pergunta isso.

—tem sim, mas não vai ficar sabendo agora— digo de forma misteriosa o que o faz levantar a sobrancelha.

Nathan —você tem uma aparência inocente e fofa, mas seu olhar e tom de voz mostra que não é o que parece— nossa, se ele soubesse.

—sei, tenho cara de anjo, mas não sei se poderia me comparar a um, de qualquer forma vamos aproveitar para beber, odeio ficar sóbria em festas— digo o levando até a cachoeira de vinho, vejo pela primeira vez ele abrir um meio sorriso.

Pegamos uma garrafa de vinho e champanhe, levamos até uma mesa, nos sentamos e servimos as taças.

—eu estou curiosa com algo, como é o outro lado do purgatório?— eu nunca pisei lá então tenho curiosidade.

Nathan —igual a esse sinceramente, só que lá tem mais monstros perigosos, aqui parece bem mais tranquilo— realmente, aqui é chato de tão monótono.

—você é o príncipe do oeste, deve ser legal ter liberdade para fazer tudo que quer— e ainda não ser julgado de brinde por ser homem.

Nathan —por que? Quer ter essa liberdade e ser considerada libertina? E para sua decepção sou julgado sim, pelos meus tios e pelo meu pai, talvez seja porque eu exagero também— a vida dele parece interessante.

—queria ter nascido homem, eu teria menos dificuldades, menos temores, poderia sair com quem eu quisesse, homens, mulheres, ser uma rainha com um harém enorme— vejo que ele fica meio espantado enquanto estou a falar, mas quando termino ele só ri.

Nathan —você fala como se sua vida não fosse boa, você tem tudo, é uma princesa também, além disso, tem uma mãe amorosa que se importa em fazer tudo por você, ao contrário de mim que só tenho meu pai— ele parece sentir mágoa por não ter uma mãe, eu também sentia que tinha algo de errado comigo por não ter um pai.

—eu nunca conheci meu pai, até agora pelo menos— falo olhando o rei do outro lado conversando com Maori, uma das servas da mamãe.

Nathan —seu pai está na festa?...— vejo que ele trava ao olhar para onde estou olhando, notou que estou observando o pai dele —você está brincando não é? Quer dizer que somos....

—irmãos? Sim— falo e ele pega o copo o toma todo o líquido, acho que vai demorar um pouco para digerir o que descobriu.

Nathan —eu sabia que meu pai nutria um grande sentimento pela sua mãe, mas não imaginei que eles tivessem uma filha, ele sabe disso?— apenas faço um não com a cabeça —pretendem contar certo?

—sim, por isso estou enrolando você enquanto minha mãe se prepara para contar para ele—acho que a informação não desceu, pois encheu o copo novamente.

Nathan —eu não entendo, por que diabos eles estão separados então, meu pai ama sua mãe, se ele soubesse disso faria tudo por vocês, seria o sonho dele ter uma família com sua mãe— parece que ele realmente gosta dela.

—minha mãe não o queria pelo que eu entendi, também descobri isso a pouco tempo, não é o único confuso aqui, só espero que pegue leve com minha mãe quando contar— vejo que ele abaixa a cabeça por um tempo.

Nathan —pera um pouco aí, faz 18 anos que o purgatório foi dividido, quer dizer que você é mais velha que eu pela lógica— por que ele falou isso como se fosse algo ruim.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Onde histórias criam vida. Descubra agora