Capítulo 48

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Cristal

Acordo ouvindo um sino estridente no quarto o que me faz abrir os olhos, ao fazer isso a primeira coisa que me deparo é Dragomir sentado em uma cadeira me olhando com um sino no mão.

—hora de acordar abelhinha, vamos começar seu treino hoje, pois você precisa ir ao baile, como vai conquistar os deuses se não conseguir se aproximar deles não é mesmo?— pego o travesseiro e cubro meu rosto, dou um grito baixo para ver se a raiva desse babaca passa.

Dragomir —você é realmente muito fofa, dá para entender o porquê da insistência do Dante em querer cuidar e proteger você como se fosse uma criança, agora levanta, temos coisas a fazer, princesinha— só saio da cama na força do ódio, mas acho que não vou conseguir me livrar dele tão cedo.

—queria saber como vai me ensinar em 24 horas a usar o teletransporte, pois ninguém é um professor tão bom assim— digo com um sorriso presunçoso, pois eu duvido que vou conseguir ir no baile.

Dragomir —não duvide das minhas habilidades como professor, se eu consegui ensinar o seu pai você deve ser fácil. Você não imagina o quanto seu pai era lerdo para entender as coisas, imagino que seja menos burra que ele— como ele pode falar assim do meu pai?!

—meu pai não é burro!— apesar de minha mãe sempre dizer que é, ela diz que ele tem a mentalidade de um moleque de 12 anos.

Dragomir —não é isso que as pessoas que realmente o conhecem acham, de qualquer forma não estou aqui para ofender seu pai— diz se aproximando um pouco de mim o que me faz  ir para trás.

—por que tão próximo?— isso de certa forma me deixa desconfortável e em alerta.

Dragomir —eu não vou fazer nada com você, acredite— mesmo que diga isso não confio.

—claro que eu acredito na pessoa que está me chantageando e manipulando minha família — digo em um tom irônico olhando diretamente nos olhos dele.

Dragomir —eu sou alguém que luta para conseguir o que quero, mas não sou ruim acredite {não é como se eu quisesse estar fazendo isso, mas é necessário}

—na minha mente você é um babaca, arrogante que deve estar fazendo tudo isso por medo da morte ou do seu destino— digo e o olhar dele fica sério na hora.

Dragomir —meu destino foi e é injusto— diz sério enquanto vira o rosto —por que você não entende que sem os deuses tudo seria melhor? Nunca perdeu ninguém e sofreu por isso?

Apenas respiro fundo, pois mesmo que eu saiba o quanto parece injusto não é, por azar eu nasci com problema no pulmão, ninguém tem culpa disso, o destino de todos é morrer ou acabar sendo morto um dia, é trágico? É, mas a vida funciona dessa forma.

—eu tenho apenas 18 anos e já aceitei que irei morrer com 23, por que você que viveu tanto não consegue fazer isso?

Dragomir —você não entende, não vou só morrer, irei ser torturado pela eternidade e ninguém no mundo aceitaria isso, ninguém— me pergunto o que ele fez para receber essa punição, pois pelo forma que falou não acho que esteja se referindo ao inferno.

—foi você não é? Que matou a Deusa da Vida— digo e ele me olha de forma incrédula.

Dragomir —se eu dizer que não foi minha intenção acreditaria?— diz sentando em minha cama enquanto olha para mim com um sorriso.

—acho bem difícil alguém matar um Deus sem querer sabe, muito difícil— digo, pois não tem como ter sido sem querer.

Dragomir —como eu falei antes, sabia que não acreditaria, agora vá tomar um banho, pois vai precisa estar pronta para o treino, até daqui a pouco alteza.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Onde histórias criam vida. Descubra agora