Entre Mundos (Deuses Elementais)

Capítulo 39

Cristal

Caminho atrás de Nathan enquanto olho o longo corredor cheio de portas, ele diz que o castelo da minha mãe é assustador, mas esse castelo parece aquele terror psicológico de looping infinito, pois todo o corredor é igual e as portas também.

Nathan —posso de perguntar uma coisa?— diz se virando para mim e andando de costas, provavelmente já está acostumado a fazer isso.

—claro, por que não— digo e ele abre um sorriso.

Nathan —no que estou pensando?— provavelmente esta curioso com a fato de eu conseguir ler mentes, quer saber se é verdade.

—quer mesmo que eu leia sua mente?— pergunto, pois nunca é bom fazer isso, quando ele faz um sim com a cabeça olho diretamente em seus olhos castanhos {tenho certeza que logo será a única pessoa que o meu pai se preocupará futuramente, mais liberdade para mim pelo menos}

Nathan —e aí, no que estou pensando?— diz enquanto me observa.

—que nosso pai só se preocupará comigo e que vai ter mais liberdade se isso acontecer— diz e ele fica meio pasma e sem expressão por um tempo.

Nathan —eu pensei que estivesse de zoação— diz voltando e andar normalmente.

—não estou, mas fique tranquilo, nosso pai nunca vai deixar de ficar no seu pé, filhinho de papai— digo de uma forma debochada o que o faz virar para  mim e levantar a sobrancelha.

Nathan —a princesinha virgem e pura aqui é você, ele vai tentar de preservar até o último dia da vida dele— espero que não.

Vejo que ele para em frente a uma grande porta, provavelmente a que leva a sala de jantar.

Os guardas apenas saem de seus lugares para abrir para que possamos entrar.

Sinceramente isso é completamente desnecessário, podemos simplesmente abrir a porta sem a ajuda deles.

Quando entramos na sala de jantar vejo vários homens sentados e apenas uma mulher a mesa, me pergunto quem é ela, pois não a vi no meu aniversário. Os cabelos dela são bonitos, castanhos  enrolados e sua pele cor de chocolate ao leite, seus olhos são pretos, além de serem extremamente chamativos, pois parece ter delineado natural e seus cílios são enormes

Quando vou me sentar vejo que Nathan continua parado em frente a porta.

Mulher —não vai me cumprimentar filho— quando ela diz isso se levantando de sua cadeira noto o quanto Nathan está desconfortável pelo olhar sério dele.

—oi, sou a princesa Cristal do outro lado, sou irmã do seu filho e filha mais velha do Dante, quem seria você?— pergunta entrando na frente dela quando caminho em direção ao Nathan.

Noto que a mulher me olha de cima a abaixo por um tempo.

***** —me chamo Maya, é um prazer conhecer você— sei que é errado, mas  preciso saber o que essa mulher pensa {tenho certeza que vai se tornar uma pedra no meu caminho}

Nathan —posso saber o que está fazendo aqui?— a voz dele está ríspida e séria.

Maya —vim ver você, o que mais eu iria fazer aqui— só volto a olhar em seus olhos{você ainda me pôde ser útil, é o mínimo que pode fazer por ter nascido de dentro de mim}

Nathan —sei lá, talvez seu dinheiro tenha acabado e tenha resolvido arrumar mais— ele parece bravo.

Dante —ela já está de saída filho, não é Maya?— a voz do meu pai também mostra um nível de frieza muito grande.

Maya —estou sim, foi  bom ver você filho, espero ver você de novo logo— diz passando por nós e indo até a porta.

Dante —ela já foi, por favor, se sentem antes que a comida esfrie— quando diz isso Nathan caminha até a mesa e se senta no lado esquerdo de Dante que estende a mão para mim me sentar no direito, faço isso enquanto olho os três homens na mesa.

—por que a Maya não vai almoçar conosco? Se não for da minha conta é só não me dizer, eu não sei bem a situação de vocês— estou com medo de estar sendo muito intrusiva.

Vejo que meu pai apenas respira fundo, não parece querer entrar no assunto, talvez por causa do Nathan que está quieto.

Nathan —ela se importa mais com dinheiro e status do que comigo, quando você a vê falando comigo é puro fingimento— imaginei que fosse isso pelo pensamento dela.

Alex —vamos comer, podemos conversar quando terminarmos— acho que ele tem razão, a comida deve estar quase fria de tanto que esperamos.

Vejo meu pai bater as mãos e logo as empregadas começam a servir os pratos e talheres  para podermos nos servir, todos as comidas em cima da mesa então tampadas com protetores de cristal transparente.

Eu achava que o castelo da minha mãe era cheio de etiqueta até vir para cá, pelo que parece me enganei demais.