Capítulo 62

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Dragomir

Só uso meu poder de invisibilidade para andar pela cidade sem ser percebido, fico olhando as pessoas e as lojas enquanto observo se tem algo de interessante que me interessa.

Me pergunto o que será que Cristal poderia gostar, pois ela não me parece gostar de coisas que ladys normais gostam.

Enquanto olho as lojas vejo duas pessoas conversando na praça.

Ora ora, minha futura sogra e o sobrinho ruivo do Dante.

Eles não parecem estar em um clima romântico, estão apenas conversando, mas o olhar do ruivo parece mostrar uma esperança que ainda não se apagou, ao contrário da mãe da Cristal que parece apenas estar viva para ver o que acontece, pois seus olhos não mostram nada, tão jovem, mas apenas está alí como observadora.

Lembrei de um presente ótimo, difícil ela não gostar.

Enquanto  caminho por uma rua mais vazia sinto um arrepio na espinha que me faz dar um pulo para trás na hora, mesmo sem ver sei que ele está aqui.

—faz muito tempo não é Necro?— falo, pois se ele tentou me atacar já sabe que estou aqui.

Logo o vejo aparecer a minha frente, acho que somente eu consigo ver ele agora, não vou continuar com a invisibilidade se ele se mostrou.

Raven —e como faz, não vejo você desde o dia que matou a Luana. Seu maldito, parece que abaixou a guarda, acha mesmo que parou de ser caçado?— pelo olhar de ódio dele  continua querendo vingança como no momento que viu sua esposa desaparecer em meus braços.

—acho que os seres que mandou estão com medo de morrerem definitivamente, pois sou o único capaz de fazer isso não é mesmo?— digo com um tom debochado o que faz ele apertar mais a foice que está a segurar.

Raven —eu devia ter matado você no momento que pisou em Ravania— só abro um sorriso ao ouvir isso.

—acho que até para você matar uma criança é demais não é mesmo? Já que Luana sempre dizia que era seu ponto mais vulnerável— digo de forma irônica, pois a primeira vez que pisei em Ravania eu tinha uns 5 anos.

Não estou com a guarda baixa, mas sei que não vai me atacar, tem pessoas em volta, ele só pode matar se estiver na lista, e eu também acho que  no fundo tem medo de morrer, todos tem.

Raven —como você ousa dizer o nome dela depois do que fez?—  da para ver na expressão dele o quanto quer vir para cima, mas não pode, deuses sequem regras, não podem ser egoístas por sua própria vontade.

—eu não sabia dos meus poderes, mas com certeza isso não importa para você, me vê apenas como o assassino de sua esposa, da única mulher que entendia você, que também carregava suas angústias com ela— digo, mas cada frase minha parece irritar mais ele.

Necro —o que está planejando, eu vi a lista de convidados do aniversário da Cristal, seu nome estava na lista— ele parece mais que bravo, é tentando descobrir o que planejo.

—eu sempre estou em muitos lugares, Necro, isso importa para você?— pergunto com um tom mais tranquilo, ele não sabe que tipo de poderes tenho, mas sabe que tenho a capacidade de matar deuses, não se arriscaria.

Necro —você sempre se esconde, o que mudou agora?— meu medo mudou, por que eu temo ser morto sendo que eu que posso mata-los?

—eu notei a situação, pelo que parece não sou eu que tenho mais medo aqui, eu conheço você Raven, cresci vendo você treinar, vendo todos os deuses seguirem suas vidas e funções, em todos os mundos eu sou o que vocês mais temem— digo enquanto o vejo ranger os dentes.

Necro —está me subestimando se acha que não consigo matar você, não conhece meu poder— apenas abro um sorriso de provocação.

—mas as regras não de permitem, poder me matar você pode, mas até conseguir a autorização para isso vai demorar, eles não querem arriscar que o Deus da morte também venha a morrer— a conversa está apenas deixando ele mais irritado.

Necro —deveria morrer pelo que fez— talvez eu devesse, mas eu não tive culpa, e não irei aceitar isso sem lutar antes, os deuses me tiraram tudo e eles pagarão por isso —que olhar de ódio foi esse? Cadê seu olhar sarcástico?

—diz que eu devo morrer pelo que fiz, mas é o que vocês fizeram, o que Elaris tinha feito para ser morta por vocês? Não tinha chegado o momento dela!— digo irritado, mas o olhar de Necro fica confuso, como se não soubesse, mas ele sabe, é o Deus da morte, está por dentro de tudo que é mandado.

Necro —uma mulher? Mataram ela? Por que acha que tem algo a ver com os deuses— pelas palavras dele não parece acreditar em mim.

—por que arrancaram o coração dela e abriram sua barriga, deixando uma placa de ouro com um aviso dentro— o olhar dele está neutro, parece pensativo.

Necro —por isso quer matar todos os deuses não se importando se acabar causando a destruição de tudo a nossa volta? Essa mulher valia dando assim para você?— ele parece confuso.

—a Luana valia já que nunca deixou de me caçar um único dia na sua vida, deve saber o que sinto, mas no meu caso quem a matou foi proposital— vejo que ele apenas bate o pé no chão bravo,

Necro —se tiver inventado isso, vou ter certeza de ser seu torturador e arrancar sua língua quando mandarem de matar— ele simplesmente desapareceu  da minha frente, eu pensei de verdade que ele iria lutar, mas nunca vai contra as regras.

Raven/Necro

Quem diabos é essa Elaris? Como ele ousa acusar os deuses da assassinato?!

Apenas me sento em frente ao grande Skirax, pois tenho perguntas e preciso de respostas.

—quem é Elaris, e por que ela foi morta— pergunto bravo, mas o espelho parece estar procurando a informação.

Skirax —preciso de mais detalhes de quem ela seja— apenas respiro fundo.

—mulher do Dragomir— isso é tão vago, tenho certeza que não vou encontrar nada.

Enquanto olho o espelho vejo uma imagem de uma mulher de cabelo loiro platinado enorme e ondulado, com três pares de asas, uma arcanjo, tem uma imagem dela ao lado de Dragomir em Heaven. Ele não mentiu, sobre ela pelo menos, mas sobre sua morte talvez.

—sabe se ela está viva ou morta? O motivo talvez— seria querer demais que ele adivinhasse.

Skirax —morta. Motivo: linhagem paterna condenada— quê?

—ela foi morta claramente por que motivo?— não pode ser o que entendi.

Skirax —esperava uma criança de Dragomir, a linhagem não podia se pendurar, erros não podem existir— ........

—teve outras que foram mortas?— pergunto, pois mesmo que Dragomir não saiba, deve ter tido várias.

Skirax —mais três casos de mulheres que esperavam bastardos dele, apenas uma foi morta durante a gestação, as outras duas crianças foram mortas depois de nascer— por que só piora?

—quem matou?— pergunto mesmo sem querer saber a resposta, pois sei que foi um dos Deuses.

Skirax —erro, informação apagada— que merda!

—o que diabos eles queriam matando crianças e mulheres grávidas?!— pergunto sem entender, isso não faz sentido alguém.

Skirax —impedir que o poder capaz de destruir Ravania e todos os deuses se espalhasse, sem descendência há apenas um problema, Dragomir.

—chega, desligue— falo e o espelho se apaga.

Eu não tenho nada a ver com isso, não é da minha conta, Ravania já está um caos muito grande.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Onde histórias criam vida. Descubra agora